quarta-feira, 25 de maio de 2011

Desprezo - Capítulo 10 - Frenesi - PARTE II

AVISO AOS NAVEGANTES:
Aqui está sendo postada uma fanfic de Harry Potter, com ship Draco/Harry.
Não gosta? Não leia.
Gosta? Seja bem vindo e, por favor, comente!
Sim, essa é a mesma fic que estava sendo postada no fanfiction.net.
Saí de lá, pois o site não me deixava adicionar novos capítulos nem escrever uma nova história, mesmo depois de fazer outro profile e enviar inúmeros emails pedindo ajuda ao suporte. Espero ver todos os meus leitores do outro site, aqui!
Sejam todos muito bem vindos!
A quem ainda não leu, os capítulos se encontram organizados no Arquivo, por número e nome. Estejam à vontade para dar opiniões.
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Capítulo Dez, Parte II !!!
Bem, aqui está a Parte II. Queria avisá-los de que até o final de semana devo postar a parte  III, e última. Ah, exemplificando o porquê de eu ter dividido o capítulo em 3: A parte I que postei há um segundo tem 8 páginas, essa parte tem 15, e estou começando a escrever a parte final. Por isso achei melhor separar, para que não ficasse extremamente cansativo. Espero que gostem dessa parte também. Como sempre, fico feliz com qualquer opinião que me ajude a sempre melhorar minha escrita e a própria fic. Qualquer dúvida, perguntem. 

Bom final de semana a todos, beijos mil,

Mis Writer.

ps.: Eu me diverti imensamente fazendo esse capítulo. Espero que também se divirtam com minha Luna e Fred e Jorge. ;D

ps. 2: Pela primeira vez nessa segunda parte desse capítulo, o Ponto de Vista de Harry. Espero que gostem!





- Capítulo 10 -
Frenesi

Dicionário de Língua Portuguesa
Frenesi:
nome masculino

1. Delírio, desvario, tresvario.
2. Entusiasmo delirante; excitação, arrebatamento.
3. Atividade sucessiva; agitação, impaciência, inquietação.

(2) Amar com frenesi.


Parte 2


Ron's POV
Rony ficou ali, sentado, olhando para a cabeça loura de Draco enquanto este saía. Ele não conseguia acreditar. Como aquele sonserino estúpido se atrevia a rir da cara dele? Era por isso que ele dissera a Harry para não se aproximar. Não importa quanto tempo se passasse, ele não confiava em Malfoy. Aquele babaca arrogante. Perguntar a Harry o que ele tinha feito ao loiro?? Como se Harry pudesse fazer algo para atingi-lo. Aquela pedra de gelo.
Suspirou e levantou, saindo dali antes que fosse pego sozinho na saleta privada da sonserina. Além do mais, não sabia se tinha sido o que Malfoy tinha dito, mas ele se sentia observado. Seria verdade? Que eles não deixariam o loiro sozinho aonde quer que fosse? Isso era estranho e até um pouco doentia, essa adoração que tinham por aquele branquelo. Ainda tinha os punhos cerrados quando saiu e só percebeu ao receber um olhar intrigado de Mione do outro lado. Então soltou o ar e relaxou, soltando os dedos e balançou a cabeça, sorrindo de lado como a dizer que não era nada e indo até ela. Estava na metade do caminho quando ouviu a explosão e num minuto tinha a varinha na mão.

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Hermione's POV
Hermione se perguntava se as coisas podiam piorar. Harry agindo estranhamente. Malfoy agindo ainda mais estranhamente. Os dois trocando olhares esquisitos. O moreno segurando o braço do outro para falar-lhe qualquer coisa e depois se recusando a explicar suas ações. Harry dando um discurso sobre confraternização entre os bruxos na frente dos sonserinos... Não que ela não concordasse, mas... Suspirou. Balançou a cabeça para si mesma e foi quando viu Rony saindo da saleta privada da sonserina, provando-lhe que as coisas podiam sim ficar mais esquisitas aquela noite. Franziu a testa ainda mais ao descer os olhos e ver os punhos cerrados do namorado. Quando tornou a subir o olhar, encontrou os olhos dourados de Rony e esse pareceu surpreender-se antes de dar um sorriso sem jeito típico e desfazer os punhos, caminhando até ela.
Ela se apressou também em direção a ele e ia começar a falar quando veio a explosão. Ela a ouviu um segundo antes de ver a varinha voar na mão de Rony. Ele tivera instintos ainda mais rápidos que os dela, mas ela também puxou a varinha. Rony correu pra ela e eles se entreolharam antes de olhar ao redor.
“Mas o que diab...?”
Rony mal teve tempo de perguntar antes de outro forte estampido ecoar em todo o castelo parecendo chacoalhar sua estrutura. No segundo seguinte, um ofegante e concentrado Harry de varinha na mão, corria pra dentro do castelo. Mione conhecia aquele olhar. Era o olhar determinado de líder que ele assumia quando queria tomar o controle da situação. Ela se perguntava se ele sabia que ficava assim. Mas não houve tempo para conjecturas. Rony já tinha saído de seu lado e ido até Harry assim como um grupo de bruxos, outros aurores que estavam presentes, e Fred e Jorge. Ela se aproximou para ouvir o que eles diziam e notou que Gina e Luna faziam o mesmo. Pegou a conversa já adiantada, Harry devia estar respondendo a alguma pergunta de um bruxo louro enquanto empurrava os óculos pela ponte do nariz
“... faço idéia, Charles. Pelo som me pareceu uma azaração. Uma bem poderosa. Ok, escutem, alguém pode me achar McGonagall? Precisamos pedir a ela que dê algumas instruções. Rony, vem comigo, você também, Dino. Vamos verificar isso. Os demais fiquem aqui e não permitam que ninguém saia do salão. Por favor, tentem evitar o pânico e peçam a McGonagall para enviar os professores para que encontrem quaisquer alunos nos corredores e os mandem de volta aos seus salões comunais, só por precaução. Entendam, eu só estou sendo exageradamente precavido. Não temam.”
Harry lhe pareceu preocupado. Todavia, olhando bem, ela notou que só ela, ou talvez Ron e Ginny teriam notado isso. Para os outros ele parecia calmo e concentrado. Só quem o conhecesse bem podia ver o brilho escuro no fundo dos olhos verdes. Mione mordeu o lábio ao vê-los se preparar para sair.
“Harry, eu quero ir junto.”
“Eu também.”
Ouviu Ginny adicionar, de varinha na mão e uma expressão feroz no rosto. Harry balançou a cabeça, determinado
“Não.”
Respondeu simplesmente. Hermione mordeu o lábio até ficar branco então soltou o ar e segurou o braço dele.
“Harry, por favor... Pode ser perigoso, vocês estão em poucos aqui.”
Comentou, fazendo um gesto para o grupo de seis aurores. Harry a olhou longamente então tornou a balançar a cabeça.
“Mione... Não. E é melhor que você cumpra a minha ordem.” Adicionou sério ao ver a expressão frustrada no rosto dela. “Vocês duas.” Replicou, fitando Gina com seriedade também.
“Mas Har...”
“Gina!” todos os presentes se sobressaltaram com o tom sério dele, áspero. O garoto respirou e seu tom ficou mais suave, mas não perdeu a firmeza. “Eu não estou pedindo como amigo, nem como marido, eu estou ordenando como chefe dos aurores e da segurança desse local. Vocês são civis, vocês ficam aqui.” E se aproximando das duas, pousou-lhe as mãos nos ombros e falou mais baixo, mais carinhoso. “Posso precisar da ajuda de vocês para olhar as pessoas aqui. Mantenham-nas calmas e em segurança. Por mim. Está bem?”
Hermione assentiu e por fim Ginny também, embora a ruiva parecesse tão insatisfeita quanto ela mesma. Porém Harry ali representava a lei, e Hermione não quebraria uma lei imposta apenas por uma preocupação sua.
“Não se preocupe Ginny...”
“É, nem você, Mione. Nós cuidamos dos dois palermas.”
As vozes risonhas e brincalhonas dos dois ruivos contrastaram tão fortemente com o tom solene de antes que Mione lhes sorriu. Fred e Jorge retribuíram o olhar insatisfeito de Harry com sobrancelhas arqueadas em expressões idênticas de desafio.
“Qual é Harry, você sabe que nós não cumprimos ordens...”
“... E não vamos começar a cumprir agora. Relaxa garotão, vamos que estamos perdendo tempo.”
O moreno revirou os olhos, contudo acabou assentindo uma vez.
“Está bem. Mas vocês dois, olhem as costas um do outro, eu não quero ter que me preocupar com isso, ouviram?”
“Ok, ok. Relaxe homem do exército, nós sabemos nos virar. Vamos Fred, temos monstrinhos para caçar. Qual será o prato do dia? Aranhas gigantescas, basiliscos... Ou algo mais saboroso...?”
Mione não ouviu a resposta de Jorge, pois agora tinha se aproximado de Rony e conversava com ele. Antes que eles fossem, ela segurou a mão de Ron e a apertou na sua por um segundo, falando baixo “Tome cuidado.” Ficou um momento olhando-os ir e em seguida já puxava Gina consigo começando a andar pela multidão em polvorosa e dar as ordens necessárias, para que ninguém precisasse se machucar.

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Harry's POV
Harry dobrou o corredor, correndo ainda em direção ao som que tinham ouvido. Eles passaram por alguns alunos no meio do caminho e ele tinha lhes pedido que voltassem para os salões comunais mais próximos deles e ficassem lá. Já estavam no quarto andar agora. Tinham revistado todos os andares de baixo e ainda nada. Nenhum aluno parecia ter visto nada, só ouviram a explosão e se assustaram. Atrás de si ele podia ouvir os passos e respirações de seus aurores e amigos. Harry só esperava que aquilo não fosse uma piada ao estilo comensal da morte. Ele sabia bem o tipo de humor que eles tinham, e fazer algo cruel no dia em que eles lembravam tantas perdas, num dia que era importante para ele, seria bem ao estilo deles. Só se perguntava como algum comensal fugitivo tinha entrado ali. Também podia ter sido algum filho de comensal aprisionado. Pelo menos um quarto daquele castelo não estava nada feliz com o moreno e ele sabia disso. Ou podia ser nada disso.
Respirou fundo. Acalme-se. Pensou. Pode ser que seja apenas traquinagens dos alunos ou alguma briga insensata e nada mais. Provavelmente só teriam de lidar com alguns adolescentes entediados e mandarem-nos para detenção. Sim. Só podia ser isso. Entretanto não conseguia deixar de lembrar todos os presentes que foram deixados para ele em diferentes missões que já tivera. Os ex-comensais pareciam ter encontrado naquilo a forma de vingar-se dele, torturando-o com mais perdas, com cenas grotescas, para tentar amedrontá-lo. No entanto ele não ia perder a cabeça. Tinha de ficar calmo. Podia não ser nada do que estava pensando, dessa vez.
Foi quando dobrou o segundo corredor que algo se chocou fortemente contra o seu corpo. O auror ofegou, assumindo imediatamente uma posição defensiva para ver que era apenas uma garota. Uma aluna da sonserina. Ela parecia estar no último ou penúltimo ano. Tinha longos cabelos castanhos e uma face aristocrática com olhos escuros e amendoados. A menina estava tão ofegante quanto eles e parecia ter corrido por todo o castelo em sua direção. Quando ela finalmente conseguiu falar, olhou para Harry então pareceu entender o que se passava e se endireitou, ajeitando os cabelos para trás e os olhando com expressão séria.
“Já estava na hora.”
Comentou. O moreno, que estava esperando que ela se acalmasse, a fitou com cuidado.
“O que foi aquele som? Você viu alguma coisa?”
“Eu não sei. Mas quando o ouvi, eu fui em direção a ele, estava no outro corredor e foi quando eu vi... É um Cérbero.”
“Um Cérbero?”
Harry franziu a testa, compenetrado, então dirigiu um olhar a Rony que fora quem exclamara, e assentiu ao ver sua expressão intrigada. Ele estava pensando a mesma coisa. Será que McGonagall estava tentando guardar algum tesouro outra vez? Mas ela seria tão irresponsável de deixar o cão gigantesco de três cabeças num local onde ele pudesse escapar?
“Sim. Foi o que eu disse. Eu estava indo buscar meu violino. Ele está no quinto andar, na ala leste. Próximo da sala de feitiços.”
“Não. Está tudo bem. Nós cuidamos disso. Desça até as masmorras e fique na sala comunal da sonserina. Nós mandaremos avisos quando for seguro, está bem? Obrigado por nos avisar.”
A menina assentiu e os olhou por um momento ainda, como que desconfiada, mas saiu.
“Harry, será que ela está dizendo a verdade? Ela é um deles afinal...”
“Ron!” Harry exclamou, o fitando com censura. “Não fazemos julgamentos precipitados aqui. Até porque, já ouve um Cérbero nessa escola antes. Pode ser que seja o mesmo, inclusive. Seja por ordem de McGonagall ou como uma piada de comensais, isso faz sentido. Venha, é melhor corrermos antes que algum outro aluno o encontre.”
“Ugh. Está bem...”
E enquanto voltavam a correr, dessa vez na direção certa, Ron acrescentou com ironia.
“Sentimos sua falta, Fofo¹, estamos chegando...”
 A risada de Fred e Jorge ecoou na pedra fria.

Quando se aproximavam do local indicado pela sonserina, Harry já começou a ouvir sons. Sons que não eram... Latidos. Era um sibilar baixo e áspero, que o moreno conhecia muito bem. O auror estacou e endureceu a expressão. Ron estava certo então, era uma armadilha? Graças aos instintos rápidos os outros não se chocaram com ele e estacaram também.
“O que foi companheiro?”
Indagou Ron, atento.
“Shiii....”
Harry fez um gesto para que ficassem calados então indicou com os dedos que mantivessem os olhos no chão. Demorou um pouco para que eles entendessem, mas afinal, eles obedeceram, ficando todos juntos da parede e aguardando em silencio por um momento. O moreno puxou a varinha e silenciosamente murmurou um “aguamenti”, deixando a água jorrar da varinha e escorrer pelo chão, até formar uma larga poça, escorrendo pela dobra do corredor para o outro lado. Diante de algo assim, era melhor enxergar alguma coisa, correndo o risco de ser petrificado do que morrer², de qualquer forma. De olhos fechados é que eles não podiam lutar. Com um gesto firme, Harry ordenou aos gêmeos que ficassem ali guardando a retaguarda. Eles ainda o olharam com descrença, mas a expressão do auror era tão séria que eles acabaram assentindo e se posicionando, frustrados. Então ele fez um gesto para que os outros avançassem com ele e começou a virar o corredor, caminhando devagar, com os olhos na água.
Por um momento não viram nem ouviram nada, em silencio. Harry podia ouvir as batidas fortes do próprio coração e as respirações ofegantes de Ron e Dino. Ele apertou mais os dedos ao redor da varinha, a expressão obstinada. Foi quando um reflexo esmeralda e um sibilar o fez enrijecer os músculos. Eles tinham sido notados. O som das toneladas de músculos e escamas pelo chão de pedra negra causava náuseas. O sibilar rasgado e áspero arrepiava-lhe a espinha, porém com firmeza, ele começou a se mover. Guiado pelo reflexo do imenso corpo na água, tendo idéia de onde estava sua cabeça, ele tentou pensar em algo que poderia atingir o animal. Seu couro grosso repelia a grande maioria se não todos os feitiços.
Com um olhar rápido, conferiu que a grande armadura ainda estava pendurada exatamente no local em que se lembrava. À passos rápidos, correu até ela e num só gesto puxou a pesada e enorme espada, trocando a varinha para a mão esquerda e aguardou. O silvo agudo pareceu furar seus tímpanos. Era como se o animal estivesse assustado ao ver a espada em sua mão e recuasse... Recuasse? Franzindo a testa, Harry hesitou então arriscou uma olhada para gigantesco basilisco que agora se erguia diante deles, sibilando e silvando ferozmente, mas mantendo a gigantesca cabeça o mais para trás possível, procurando desajeitadamente afastar o enorme corpo. Espera. Um basilisco desajeitado?
Soltando o ar, Harry baixou a espada, embora se mantivesse em posição de guarda e encarou o animal bem de frente, falando em voz alta.
“Está tudo bem, podem olhar. Fred, Jorge, venham até aqui, podemos precisar de ajuda.”
“Olhar...? Harry! Olhe pra baixo!”
“Ron... Eu não estou morto, estou? Nem petrificado...”
“Ah...”
Ele observou o amigo ruivo se endireitar com um olhar confuso, seguido por Dino e Fred e Jorge dobrarem o corredor, correndo para eles, curiosos e olhando para a gigantesca cobra com intrigues.
“O que aconteceu...?”
Eles indagaram. O moreno deu de ombros.
“Eu tive um palpite. Então dei uma olhada rápida e percebi que não era um basilisco de verdade. Não pode ser... Olhem. Vejam como ele recua de nós. Ele está assustado. Ele não está nos atacando, só está tentando se defender. Ele não quer lutar.”
“UM PALPITE???”
Rony o encarava, com olhos furiosos.
“Você arriscou sua vida por um palpite...?!”
Harry o fitou de volta e arqueou a sobrancelha, fazendo um gesto em direção ao animal com a espada.
“Bem, eu não sei o que ele é, mas aquelas presas ainda me parecem bem reais. Se eu não tivesse olhado, poderia ter morrido tentando lhe arrancar a cabeça. Além do mais... Eu vi algo pelo reflexo. Olhem.”
Todos ergueram os olhos para o animal que os observava desconfiado e parecia estar baixando o corpanzil lentamente para o chão, ao ver que eles não atacavam. Um pequeno sinal brilhante refletia a luz amarelada das tochas de volta para eles, entre os olhos do animal.
“Ele tem uma meia lua prateada entre os olhos. Eu nunca ouvi falar de um basilisco que tivesse isso. E como a sonserina havia nos dito que era um Cérbero, eu concluí – acreditando na palavra dela –“ e ele fitou Ron com seriedade enquanto falava, voltando a vigiar o animal, que agora se enroscava no chão em torno de si mesmo. “que não poderia ser um basilisco...”
Fred fez uma careta, observando o animal.
“O que você acha que ele é...?”
“Eu não sei.”
Harry respondeu, dando de ombros.
“Mas não acho que teremos problemas em controlá-lo.”  Continuou, ”Acho que ele é alguma espécie de transmorfo... Não sei dizer. Dino, desça até o salão comunal e traga Luna até aqui. Aproveite e diga a McGonaghal para dizer a todos que se acalmem mas que ainda não saiam de lá.”
Ordenou. O auror assentiu e saiu correndo pelo caminho de volta deixando os três Weasley e Harry a olhar a estranha besta.
“Devemos fazer algo...?”
“Não sei bem. Acho que é melhor não irritá-lo.”
“Será que a gente consegue amarrar ele?”
“Ron eu não acho...”
Mas o ruivo já tinha erguido a varinha e começado o feitiço. Mas antes que ele pudesse concluir, o animal notou o movimento e outro estampido alto os fez assustarem-se a todos e diante deles, de repente, estava uma quimera³, rosnando ferozmente e mostrando as presas. Os garotos arregalaram os olhos.
“Ninguém se mexa.”
Ordenou Harry num sussurro. Eles ficaram parados, fitando o animal. Ele rosnou e mostrou os dentes, irritado. Entre os olhos do leão, a mesma meia lua prateada no pelo dourado. Os quatro ficaram parados como estátuas, encarando o animal que os encarava de volta. Lentamente, ele foi se aquietando, até fechar a bocarra, mas não tirou os olhos deles nem relaxou dessa vez. Começou a andar de um lado para o outro, devagar, como se os espreitando e os fitando com os grandes olhos amarelados desconfiados.
“Bem, agora sabemos com certeza que ele não é um basilisco.”
“Acha que corremos perigo?”
Harry não soube o que responder, mas Jorge respondeu por ele.
“Acho que não. Acho que Harry tem razão. Ele está assustado. Olhem. Parece que ele tem mais medo de nós, do que nós dele.”
“Isso é difícil de imaginar...”
Gemeu Ron.
Harry riu baixo e lentamente foi se erguendo, baixando a varinha com gestos lentos para que o animal pudesse ver. Quando percebeu isso, a fera parou de andar e se deitou nas quatro patas e embora ainda os olhasse não parecia prestes a lhes arrancar o pescoço.
“Eu não acho que ele possa nos atacar...”
Comentou Harry, intrigado. Mas antes que pudesse explicar, uma exclamação excitada o fez arrepiar de susto e virar-se rapidamente. Mas era só Luna que vinha saltitando com os olhos fixos na fera.
“Harry!! Ah, Harry! Que exemplar maravilhoso!”
“Luna! Não o assuste... Você sabe o que ele é?”
Indagou intrigado e aliviado. A garota de cabelos platinados lhe sorriu e assentiu. Ela parecia radiante.
“Eu nunca pensei que fosse ver um desses em toda a minha vida!”
Exclamou se aproximando imprudentemente da, agora, quimera. O animal a olhou e rosnou baixo. Harry hesitou, porém a acompanhou.
“Luna, cuidado.”
“Está tudo bem, Harry. Ele só está com medo... Veja.” E com um gesto engraçado da varinha, ela pronunciou com clareza. “Originallis*.”
Houve outro forte estampido, mas Luna não pareceu se abalar, apenas sorriu e acenou. Seguindo seu gesto, Harry viu que agora, no lugar da imensa quimera, enroscado no chão, havia um animalzinho muito menor e de aparência infinitamente menos letal.
Ele parecia uma cruza de um gato com um coelho. As orelhas com o formato de orelhas de gato, mas tão grandes quanto às de uma lebre. O pelo tão alvo quanto o de um unicórnio. Ele tinha imensos olhos cor de rubi, sem pupila ou globo ocular. As patas eram maiores do que seria proporcional, como pesadas patas de leão, embora não do mesmo tamanho delas, e de leão era também a cauda bifurcada em duas, que se agitavam separadamente como um gato em vigília. E quando ele franziu o focinho cor de ônix para rosnar, o que saiu foi um silvo de cobra e entre as presas, uma língua fina e bifurcada na ponta como uma serpente.
O animal observou Luna atentamente enquanto esta se inclinava para apanhá-lo. Ele silvou algumas vezes, entretanto a garota não se intimidou, continuou avançando devagar, até tocá-lo entre as orelhas grandes, coçando-o com cuidado. Depois de um segundo, o gatinho já estava deitado aos pés deles, de olhos cerrados e produzindo intensamente um som como o chocalho de uma cascavel, parecendo muito satisfeito. A corvinal riu e o pegou nos braços, aninhando-o como um filhote.
“Ele não é lindo?”
Ela indagou, sorridente. Harry a fitou com hesitação, e Ron fez uma careta, parecendo meio enojado. Enquanto que Fred e Jorge se aproximaram, rindo e fazendo sugestões sobre o nome dele como lerpente, serpeão, ou outros similares, enquanto afagavam-no.
“O que ele é?”
Harry indagou, se aproximando mais também. Luna sorriu.
“Ele é um incrível Allásson. Ele é grego. Seu nome é simplesmente ‘transmorfo’ pois os gregos antigos acreditavam que ele realmente podia se mutar fisicamente. É extremamente raro. Nós acreditávamos que tinha sido extinto, mas, bem... Aqui está ele, não é?”
“Por que ele estava extinto?”
“Sua pele... Mesmo depois de morto, o couro conserva a propriedade de mutação por ainda 8 décadas. Veja. Ele não muda de fato, ele só cria uma ilusão. Um nome mais apropriado seria ‘ilusionista’, pois ele é o ilusionista perfeito. Uma ilusão tão perfeita que nós não conseguimos ver a diferença. Eles não tem originalmente essa marca.” Explicou, apontando a meia lua. “De onde quer que tenha vindo, o dono anterior deve tê-lo marcado assim para não perdê-lo. Não há animal igual a eles.”
“Mas por que uma pessoa iria querer parecer uma besta feroz? Isso não ia só atrair a atenção de bruxos para caçá-la?”
Indagou, Harry, pensativo. Pobre animal. Então ele tinha razão. Ele não poderia mesmo tê-los atacado. A não ser com as suas presas finas e garras curtas reais que ele via agora. Talvez ele fosse venenoso, era possível. Mas não podia atacá-los como um basilisco ou uma quimera. Seria fácil subjugá-lo. Era por isso que ele ameaçava tão ferozmente, mas parecia sempre assustado. Ele contava com o terror que causava para espantar o inimigo rapidamente e poder ele mesmo se esconder, então.
“Ele não se transforma só em fera, Harry. Eu disse que ele era um ilusionista perfeito. Ele pode atingir qualquer forma animal. Ele pode virar um besouro, uma formiga... Qualquer coisa. Ele só não atinge a forma humana. Imagine para um bruxo com esse poder em mãos. Se um animago já tem vantagem sobre os outros, imagine um bruxo com uma pele dessas, podendo assumir a forma de qualquer animal da terra. É claro que o fato de ser uma ilusão tem seus problemas, por exemplo: uma pessoa não fica do tamanho de uma formiga só por que ela assume essa forma. Mas mesmo assim, esse animal foi caçado a exaustão na Grécia. Quando o ministério grego finalmente criou uma lei de proteção, já não restavam sinais da espécie. Aliás só para os bruxos descobrirem essa espécie demorou muitos anos. A única fraqueza dele é esse forte estampido quando ele está nervoso, ele produz esse som ao mudar. Esse aqui deve ser jovem, por isso ainda deve produzir esse som, quando ele ficar adulto e  mais experiente não vai mais produzir sinal algum da mudança.”
Ao final da explicação, o auror já sorria, e afagava o animal. A sensação dos pêlos dele em seus dedos era incrível. Parecia água mas não molhava, era mais macio do que a seda mais fina.
“Ele é mesmo incrível, Luna. De fato. O pêlo é tão macio...!”
“É mesmo não é? Outra qualidade pela qual ele foi caçado. O couro é extremamente macio. Há outros ainda mais valiosos por isso, mas o dele já tem o seu valor. Harry...”
Ele a olhou, questionador.
“Eu posso... Posso estudá-lo? Eu nunca imaginei que fosse chegar tão perto a um desses antes! É uma oportunidade única na vida...”
Os olhos azuis de Luna pareciam brilhar de tanta excitação, ela estava maravilhada e segurava o animal como se ele fosse o mais caro de todos os tesouros. Harry moveu os lábios de um lado para o outro, então respondeu.
“Primeiro eu preciso levá-lo para o Ministério, para a Seção de Controle dos Animais Mágicos, e daí você pode conversar com o chefe de lá...”
“Ótimo! Ele é meu orientador, acho que ele não me negará isso...”
“Certo, então...”
Ele acenou a varinha e conjurou uma caixa de madeira, segurando-a para que Luna depositasse o animal ali. Ela o olhou por um momento, depois agitou a própria varinha, conjurando almofadas. Só então sorriu e colocou o Allásson lá dentro, ajudando Harry a selar a caixa. O auror colocou a caixa no chão, ouvindo os silvos baixos do animal que parecia acomodado ali, e tirou um pedaço amassado de pergaminho do bolso, junto com uma pena alquebrada e um potinho minúsculo de tinta e escreveu um bilhete, usando um feitiço adesivo para colá-lo à caixa, encarregou Dino de entregá-lo no Ministério. Só então percebeu como estivera tenso e respirou fundo, relaxando os ombros.
“Bem, parece que nosso trabalho aqui terminou. Vamos fazer uma vistoria e depois podemos voltar à festa. Luna, desça até o salão, sim? Avise McGonagall que está tudo terminado, peça a ela para enviar avisos aos alunos de que é seguro agora. Pelo tempo que demoramos para chegar, quem quer que tenha deixado esse animal aqui já se foi. Ele não ficaria aqui correndo o risco de ser pego, de qualquer forma, peça a ela para enviar os professores para vistoriarem os outros andares também. Fred e Jorge, vão para o andar de cima, Ron, você vem comigo. Se precisarem de ajuda, produzam algum som alto, ok. Vamos, Ron.”
Durante três horas, eles e os professores reviraram todo o castelo de ponta cabeça, mas ninguém vira nada. O corredor onde o animal fora deixado convenientemente não tinha quadros e nenhum dos outros parecia ter visto algo fora do normal acontecendo. Das masmorras às torres, não havia sinal de presença estranha. Como Harry havia pensado, fosse quem fosse já devia ter ido embora há muito tempo. Mesmo assim, a diretora achou melhor mandar todos para casa, e encerrar as celebrações pelo dia, bem como servir o jantar e dar o toque de recolher aos alunos imediatamente.
O auror e seus amigos ficaram até que todos os convidados tivessem ido embora, os alunos jantado e sido recolhidos aos seus dormitórios. Só então, o moreno se espreguiçou, parecendo cansado. O último a ir, ao final da festa, havia sido Draco, mas havia qualquer coisa de estranho no olhar que ele lhe lançou, parecia ainda mais presunçoso do que o normal... E ele não estivera usando um tom diferente de verde? Quase podia jurar que sim. Deu de ombros. Provavelmente estava só cansado.
“Então... Vamos amor?”
O braço fino de Gina passou pelo seu e ela afagou seu ombro, lhe sorrindo. O moreno a fitou, sorrindo de volta e pensando, como sempre pensava, em como tinha sorte de tê-la ao seu lado. Ia se inclinar para lhe pousar um beijo suave nos lábios quando um alto estampido os fez sobressaltar. Num segundo, ele já tinha passado a ruiva para suas costas, sacando a varinha com a mão direita e protegendo-a com o outro braço. Ron olhou para ele e ele assentiu de volta. Lentamente os dois começaram a avançar.
O som tinha vindo de muito perto dessa vez, e parecia muito com o que o animal produzira. Se fosse outro, eles deviam estar errados e o autor da “brincadeira” podia estar ali ainda. Os dois se aproximaram da entrada do salão e ouviram sons de passos correndo em sua direção. Estavam prontos para atacar e chegaram a abrir as bocas para pronunciar os feitiços quando viram que quem vinha correndo eram dois terceiranistas da sonserina. Um parecia estar perseguindo o outro e eles riam, então o que estava mais atrás, lançou uma azaração que explodiu bem perto dos pés do primeiro, e parecia-se muito com as “bombinhas” com que os trouxas gostavam de brincar. A pequena explosão produziu um som muito mais alto do que lhe seria devido e os dois aurores baixaram as varinhas, suspirando. Fora só um susto.
Mcgonagall estreitou os olhos e se adiantou num passo enérgico em direção aos garotos que pararam imediatamente, endurecendo as expressões e assumindo a máscara fria que só os slytherins sabiam fazer. Harry conhecia aquele olhar da diretora. Provavelmente ambos iam ganhar detenções por no mínimo um mês por desobedecerem ao toque de recolher tão levianamente. O garoto ainda os ouviu tentar dizer que não sabiam sobre o toque e não tinham ido jantar no salão, mas enquanto a diretora os encaminhava para as masmorras, ela parecia irredutível. O griffinório só percebeu que estivera devaneando quando sentiu o tapa fraco de Rony em seu ombro.
“Ei, companheiro, vamos embora... Não foi nada. Mione e Ginny estão esperando...”
Ele mal terminou de falar e um terceiro estampido soou. Dessa vez em algum andar superior. Ron deu um suspiro cansado.
“Deve ser só outro moleque aprontando...”
Harry lhe sorriu ao ver a expressão ansiosa do amigo. Estava claro o quanto ele queria ir para casa... É claro. Harry havia se esquecido de que o ruivo tinha preparado uma surpresa para Hermione para depois da festa e por causa da confusão já era bem mais tarde do que aquilo. Então ele apertou-lhe o ombro e fez um aceno com a cabeça.
“Anda, vai pra casa, eu verifico isso...”
“Mas Harry...”
“Tá tudo bem, Ron. Todos os outros já foram. Não é justo da minha parte prender você. Ademais como você disse, deve ser só mais um moleque. Sabemos que não tem ninguém estranho aqui, usamos todos os feitiços detectores possíveis em todo o castelo, o máximo que pode ser é outro daquele Allásson que foi deixado pra trás. Eu já vi com Luna como tratar deles então tudo bem. Não tem perigo. Sou só eu sendo o chefe paranóico de sempre. Eu preciso de você descansado no trabalho amanhã. Aproveita e deixe Ginny em casa pra mim, por favor.”
Ele encarou o outro por um longo tempo. Rony não parecia muito inclinado a ceder, então, o auror-chefe acrescentou com um sorriso.
“Mione está esperando... E eu não confiaria Ginny a ninguém mais.”
Ele viu o outro soltar o ar e passar a mão pelos cabelos.
“Está bem, então. Mas se houver algum problema, qualquer um, você me avise imediatamente, ouviu? Está com seu espelho aí?”
Harry pegou o pequeno espelho oval do bolso. Ele tinha tido a idéia de fazer espelhos como os que seu pai e Sirius tinham, para comunicação rápida e eficiente entre os aurores. Ao ver o espelho na mão do amigo, Rony assentiu, embora ainda parecesse hesitante, o que fez Harry comentar rapidamente.
“Não se preocupe, eu aviso. Se eu não falar nada é por que está tudo bem, certo? Vai lá, Ron. Pela manhã nos falamos. Vai e aproveite.”
Então se virou para Gina que se aproximava e parecia insatisfeita ao ouvir a conversa.
“Harry, me deixe esperar por você!”
Ele balançou a cabeça suavemente, afagando o rosto delicado da esposa.
“Não minha querida. Eu sei o quanto você está cansada... Ontem ficou a noite inteira acordada, trabalhando naquele casamento. Ande, vá pra casa, Ron e Mione acompanham você. Depois que terminar aqui, vou passar no Ministério para ver se está tudo certo com o animal que capturamos. Não sei quanto tempo vai levar, então não precisa me esperar acordada. Só vá e descanse. Eu te acordo quando eu chegar.”
A garota fez um muxoxo, mas acabou assentindo. O auror lhe sorriu e depositou-lhe um beijo nos lábios avermelhados, apertando a mão de Ron em seguida e deixando um beijo no rosto de Hermione, que lhe disse apenas “Harry, cuidado.”
Ele teve de repetir mais três vezes que estava tudo bem, que ele podia pedir ajuda a algum professor se sentisse ameaçado, que tinham outros bruxos talentosos ali, que provavelmente não passava de uma traquinagem qualquer, até que eles finalmente fossem embora. Depois de garantir a McGonagall que ele realmente não precisava de ajuda, deixando-a ir descansar após organizar a vigília da noite com todos os professores e monitores, o moreno finalmente pôde ir em direção ao som que tinham ouvido. Primeiro andar... Nada... Segundo... Nada... Ele questionou alguns quadros, mas nenhum deles parecia saber sobre qualquer estampido. Deslizou a mão pelos cabelos rebeldes. Teria imaginado coisas...? Não... Ron e os outros tinham ouvido também. O castelo estava extremamente silencioso e escuro, era difícil não se deixar divagar.
Draco tinha negado sua relação com o ramalhete... Mas como podia ser aquilo uma coincidência? Ele ter encontrado as rosas jogadas no chão, na sala precisa onde eles vinham conversando há semanas, na mesma noite em quê... Quem mais poderia ter feito aquilo? Quem mais poderia ter encontrado aquela sala? Não a sala que eles usavam... Se alguém quisesse simplesmente jogar o ramalhete fora, não teria encontrado pra si qualquer outra versão da sala precisa que não aquela? Certo. Reconhecia que a alternativa era completamente absurda, ele levara anos tentando descobrir qualquer outra explicação que fizesse sentido, pois aquela não fazia. Por que inferno Draco lhe daria flores? Isso não fazia sentido em mundo algum.
E mesmo sem saber por que, começou a pensar naqueles últimos dias. Sua ida até o escritório do loiro, seu pedido, a recusa dele... Chegava a pensar que sua única chance de consertar as coisas, ele tinha jogado fora naquela noite anos atrás. Contudo tivera aquele dia, dois dias atrás, a corrida... Eles riram, conversaram, como naquelas semanas, e por um momento ele realmente pensou que poderiam continuar daquele ponto como se jamais tivessem interrompido aquela amizade tênue. Todavia depois de hoje... A reação do loiro à sua tentativa de desculpar-se... Ele ficara tão frio quanto Harry não via há anos. A imagem perfeita da indiferença e desprezo. O loiro tinha uma habilidade incrível de fazê-lo sentir-se desprezível, inútil, uma perda de tempo para o mundo. E por que importava tanto o que ele pensava sobre si? Ele era só um babaca arrogante como dizia Ron. Será que seu amigo estava certo? Será que não havia realmente nada em Draco que valesse a pena tentar resgatar? Era provável...
Terceiro andar... Suspirou. Não ouvia nada. Executou alguns feitiços detectores, mas nada apitou. Não havia ninguém invisível ali, a menos que tivesse roubado sua própria capa, a única que permanecia imune a esses e outros feitiços. Bocejou e tirou os óculos para limpá-los, tentando acordar um pouco. Mal teve tempo de recolocá-los e levar a mão até o bolso da varinha antes de ser puxado pelos ombros por mãos fortes para trás. Ele ouvira o movimento um milésimo de segundo antes de senti-lo. Virou-se pronto para encurralar o inimigo contra a parede de pedra com um forte empurrão, porém ao fazer o movimento, a parede não estava mais lá, tampouco quem o puxara, e ele perdeu completamente o equilíbrio, caindo de joelhos no chão. Rapidamente levou a mão até o bolso enquanto olhava em volta, de olhos arregalados. Onde estava?
Ele havia caído num tapete muito macio e espesso e ao seu redor se erguia uma sala grande e ricamente decorada com móveis de madeira escura e um imenso espelho. Em frente a ele a um canto, havia uma grande cama de dossel escuro, muito maior do que a sua própria cama de casal em casa, e pelas paredes tochas estavam acesas, junto com a lareira a sua frente dando uma iluminação amarelada ao cômodo. Captou o cenário em alguns segundos. Aquela sala era estranhamente familiar. Havia um vaso com o qual ele podia socar a cabeça de alguém, ele também via um bom ponto de apoio na cama, ela parecia sólida e boa para se manter em vantagem de terreno para saltar sobre o inimigo, agora, onde é que estava a porta e... Onde DIABOS estava...?
“Procurando por isso...?”
O conhecido tom debochado e arrastado tinha um toque distinto de humor como Harry jamais havia percebido. Também havia algo mais, mas ele não soube dizer o quê. Virou a cabeça rapidamente em direção ao som. No canto em que ele não havia notado, esticado em um divã, com um copo de uísque na mão, havia um Draco muito satisfeito e sorridente. Em sua mão direita, girava duas varinhas com displicência.
“Draco?!! O que diabos você.... Me devolva, agora!”
Antes que Harry pudesse pensar em saltar para pegar a sua, o loiro num gesto rápido, abriu uma gaveta na mesinha a sua frente e as enfiou – a ambas, o que o fez estranhar – lá dentro e trancou a chave, enfiando-a dentro... Dentro das suas calças. O moreno sentiu o rosto queimar enquanto ainda o encarava, completamente confuso. O que significava aquilo? Ele tinha visto Draco ir embora! E por que, por Merlim!, ele estava preso ali agora, sem sua varinha, sentindo como se tivesse voltado mais de 7 anos no tempo enquanto encarava o sonserino com aquele sorriso que ele conhecia tão bem naquela época, o sorriso de uma serpente satisfeita com o bote. O sorriso de Draco aumentou e ele se sentou direito, passando os dedos pelos cabelos louros, que diferentemente dos de Harry, caíam de volta no lugar, e acomodando as costas no encosto estofado de veludo verde, apoiando os pés na mesinha.
“Agora nós vamos conversar.”
Declarou com satisfação. Harry sentiu seu estômago despencar.
Tinha sido emboscado.
Emboscado na sala precisa** por Draco Malfoy.



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Notas:
1 - Para quem não sabe, Cérbero é o nome do grande cão negro de três cabeças que na mitologia grega guardava as portas do mundo inferior e em Harry Potter é o nome do animal mágico de mesma aparência. Fofo é o nome do cérbero que Hagrid cria a pedido de Dumbledore e coloca para guardar a entrada para o túnel que levava até a pedra filosofal, sendo o cão a sua contribuição na proteção da pedra (lembrando que cada professor ofereceu um feitiço ou magia diferente).E que os garotos encontram no primeiro livro.
2 - O olhar do basilisco mata. Encará-lo por reflexo de algo, petrifica.
3 - Quimera é um monstro grego raro com cabeça de leão, corpo de bode e rabo de dragão. É extremamente perigosa, devido ao seu caráter feroz e sanguinário.
* Sim, eu inventei, não eu não tenho criatividade, me processem u.u
** Alguém não lembra da Sala Precisa? Sala localizada no terceiro andar do castelo, aparentemente no meio de lugar nenhum, em uma parede lisa, entre uma estátua e uma armadura, indetectável. Se alguém que passar por ali estiver suficientemente concentrado em algo que precisa, a sala toma forma e uma porta aparece, lá dentro a sala tem dimensões, objetos, móveis ou utensílios exatamente como a pessoa precisar.No caso de Harry e Draco, na minha fic, eles precisavam de uma sala onde um sonserino e um griffinório poderiam conversar em paz. Harry já usou muitas versões diferentes da sala, como uma versão de centro de treinamento para a AD e a de depósito de todos os objetos esquecidos dos alunos através dos séculos, para esconder o livro do príncipe mestiço.


7 comentários:

  1. Você sabe o quanto nos mata de curiosidade com a expectativa da cena seguinte, certo? É BOM MESMO NÃO DEMORAR NEM UM POUCO PARA POSTÁ-LA, EU VOU ACABAR ARRANCANDO SEUS CABELOS (sim, os seus. Por que arrancaria os meus? Não sou idiota de fazer com que eu sofra mais por algo que você não fez). Ai, esse não é o lado Lisa de ser. Mas, de qualquer forma, você entendeu o recado. Eu deveria voltar a ser beta reader, porque você precisa corrigir umas imprecisões ou me explicar porquê todo esse alvoroço só por causa de uma explosãozinha. Enfim, ficou bom de qualquer forma. Ai céus, o que estou fazendo aqui? ajj*

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  2. IUSAHISAUHSAIUHASIUH DRACO SAFADINHO! "pegue a chave potter" :B e o harry é um abestalhado mesmo... fica coradinho... hum... ai... nem digo nada.

    "vamos conversar" pfff seeeeeeiiiiii...

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  3. OBS: voce que criou o coelho gato da lua? você adora luas e estrelas e tatuagens desse tipo só pode (sim, só voce vai entender isso)

    aaaahhhhh pare de me humilhar e ter tanta imaginação D= vá se fuder! (archy) cacete sapoha viu PORRA

    e mais, u.u nada de sensurar a hora do vamos ver, quero pornografica safadônica e explicita, oks, fica dica

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  4. Ah, era o hans. tsc. Me confunde não, ser!!!! Aish... Du kannst nicht diese machen!!! Hanzi oder Hans?? Só podia dar confusão mesmo.


    Mas ela não poupa a língua mesmo, hein? HAHAHAHAHHAHA *lisa tampa os olhos* sou inocente, sou inocente!!! hahaahahahhahahaha

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  5. "Vamos conversar" sei... Draco tá muito afim de conversa, mas é por linguagem corporal, isso sim.
    Atualiza logo ou então vai ter uma leitora a menos, pois vou morrer de ansiedade.
    Parabéns.

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  6. olááá!!
    adorei os dois capitulooos, estão simplismente fantasticoooos
    noossaaa, draquete malvadinha essa hieeen, pronta pro abateeee!!!! hauahuah
    não entendi, vai acabar a fi no cap.10 parte III ou vai continuar ainda???
    adorei o bichinho criadoo, mesmo ele se parecendo com pokemon HAUHAUAHA
    nossa, devo dizer que eu odeio com todas as forças a ginny, muito pistoleira essa muleka vou te dizeeer!! se fazendo de boa samaritanaaaa mas é muito safhadenhaaaaaa, mas toda historia precisa de uma vilã huhauahauha
    agora é só na fornicaçãooo, meu beeeem!!
    espero o proximo cap. beijoooos

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  7. Aaaaaaaaa. Vai demorar muito pra continuar? Depois de séculos eu voltei pra me atualizar e a segunda parte do cap 10 deixou com gostinho de quero mais.
    Tinha que parar bem na hora que tava ficando bom?-q
    Tanto o ponto de vista da Pansy quanto do Harry ficaram perfeitos. Você é perfeita né (6)
    Parabéns por se empenhar tanto para que tudo fique tão perfeito quanto está ficando. To gostando bastante.
    Beijos Kev.
    P.S: Não to conseguindo postar comentário como eu postei da ultima vez.

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