AVISO AOS NAVEGANTES:
Aqui está sendo postada uma fanfic de Harry Potter, com ship Draco/Harry.
Não gosta? Não leia.
Gosta? Seja bem vindo e, por favor, comente!
Sim, essa é a mesma fic que estava sendo postada no fanfiction.net.
Saí de lá, pois o site não me deixava adicionar novos capítulos nem escrever uma nova história, mesmo depois de fazer outro profile e enviar inúmeros emails pedindo ajuda ao suporte. Espero ver todos os meus leitores do outro site, aqui!
Sejam todos muito bem vindos!
A quem ainda não leu, os capítulos se encontram organizados no Arquivo, por número e nome. Estejam à vontade para dar opiniões.
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Capítulo Dez!!! Oi galerinha!! Eu sei, eu sei, demorei muito não é? Acontece que esse capítulo é muito especial para mim, e demorei muito, primeiro para conseguir idealizá-lo o melhor possível, depois para ter tempo para escrevê-lo como eu gostaria. Às vezes sou perfeccionista demais e nem sempre é o suficiente, por mais que revise, erros ficam. Bem, esse capítulo, poderia ser dividido em três capítulos, mas por se passar inteiro no mesmo dia, pensei que seria uma divisão muito radical, por isso apenas o separei em três partes. Perdoem-me pela demora, a faculdade é capaz de sugar todo o tempo e energia de um escritor frustrado. Espero que gostem desse capítulo pois eu sei que me diverti muito a escrevê-lo! Normalmente isso é um bom sinal. Como sempre, se alguém tiver alguma dúvida não contida nas notas finais, basta perguntar. Agora vamos aos recados e boas vindas:
Respostas aos últimos comentários no blog:
Anônimo (no capítulo anterior, primeiro comentário) : Olá! Seja bem vindo(a), quanto à Pansy, fico feliz que tenha gostado dela. Ela é um personagem com tanto potencial que infelizmente é deixado de lado pela J.K. É claro que ela não poderia explorar com profundidade todos os personagens da trama, mas eu sempre gostei da Pansy e pensei que teria um bom resultado em aprofundá-la. Ela foi introduzida na fic para ser o contrabalanço de Draco e realmente fazer rir, então me faz feliz que tenha alcançado meu objetivo. Sim, sim, Harry é melhor se preparar ;D Obrigada, beijos.
Anônimo (no capítulo anterior, segundo comentário): KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Pobre Draco, um lufa não, tadinho, o Harry é pior que um lufa xD. Eu lembrei de uma fanfic agora em que Draco fica dizendo a Harry que ele parece uma lufa-lufa virgem de 13 anos.Quanto à revelação sobre Gina, isso ainda virá no tempo certo, até por que certas coisas precisam ser feitas com cuidado já que o tiro poderia sair pela culatra, pela participação de Draco. Fico feliz que esteja gostando! Beijos.
haron almeida (no capítulo anterior):
Olá meu querido, agradeço imensamente o comentário e fico feliz que tenha gostado da fic. HAUSHAUSHSUHAUSHUAHSU eu totalmente entendo o que você quer dizer com o WTF, um pouco de coisas estranhas sempre traz riso e diversão à história. Quanto ao Draco ativo, é difícil para mim imaginá-lo de outra forma, embora goste muito da fic "A lealdade de Um Consorte", ainda acho que ele encaixa melhor como ativo, por sua personalidade, agressividade e força, enquanto Harry é mais doce e gentil. Eu tento adequar ao máximo o modo de ser de cada personagem que J.K. criou, não os reinventando, mas sim trabalhando com o potencial que eles já tem, fico fleiz que tenha notado. Quanto ao final é esperar para ver xD mas digo-lhe que eu raramente resisto a um final feliz. A vida real já é miserável o bastante. A menos que seja necessário para a história. Vamos ver como acontece. Beijos, meu caro, e seja bem vindo!
@Estranhasdeumalittlepercy (no capítulo anterior): Bem vinda, bem vinda, sempre! Ah, não sabe o quanto me alegra saber que os deixo ansiosos xD confesso que é minha intenção um pouco em cada capítulo, até por quê se não tiverem vontade de ler o resto, como fica, não é? KKKKKK Obrigada querida, sim, desculpe pela demora, escrevo sempre que posso.
Kevin: Meu lindo, obrigada por estar presente aqui, lendo e comentando e me dando sua opinião. Sabes que é sempre bem vindo ao meu lado. Sinto sua falta meu menininho. Fiques bem.
Esposa: Não há o que dizer-lhe xD Pois sabe que lhe digo tudo e mais um pouco pelo msn mesmo. Obrigada como sempre por me fazer tão feliz com seus comentários e me incentivar a continuar, rindo contigo e ganhando forças. Amo-te.
ps.: Eu achei mesmo que fosse gostar da Pansy xD.
Aos novos seguidores: Kevin, little Percy, Ron, Kya Varella, sejam bem vindos queridos, espero que gostem do blog e me dêem suas opiniões sempre que puderem. Sintam-se a vontade para expressar-se ou me deixar qualquer recado que quiserem. Beijos.
Bem, agora vou deixá-los à Primeira Parte do Capítulo Dez. Ah, sim, lembrando que estou MUITO feliz e comemorando, passamos dos 1100 views no blog ^^. Espero que ele continue crescendo cada vez mais e que quando eu finalizar a fic, possa contar com a leitura de todos vocês em outras histórias que irei começar a postar. Obrigada a todos que passaram por aqui e deram uma chance e me emprestaram seus olhos e sua imaginação por alguns minutos. Espero me esforçar ao máximo para sempre fazer valer cada segundo que gastam aqui comigo.
- Capítulo 10 -
Frenesi
Dicionário de Língua Portuguesa
Frenesi:
nome masculino
1. Delírio, desvario, tresvario.
2. Entusiasmo delirante; excitação, arrebatamento.
3. Atividade sucessiva; agitação, impaciência, inquietação.
(2) Amar com frenesi.
Parte 1
Ela estava de vermelho. Draco sabia que era por pura provocação. Seu olhar escorregou por ela enquanto a analisava lentamente, a sombra de um sorriso malicioso nos lábios. O vestido vinho lhe cobria o torso envolvendo-o perfeitamente, descendo pelos quadris até os joelhos. Mangas compridas se abriam a partir dos cotovelos alargando-se até um pouco depois dos pulsos e uma gola alta e fechada no pescoço, abria-se num decote arredondado. Renda negra lhe envolvia o torso do vestido desde abaixo de seus seios até a cintura delgada e negras eram as meias que lhe cobriam as pernas. Aumentando a ironia, grandes brincos de esmeralda e diamantes com o símbolo Slytherin pendiam de suas orelhas.
Ele, Draco, não negava nada. Vinha trajado como o perfeito príncipe Slytherin que continuaria a ser até que um filho seu viesse para Hogwarts. Vestes que pareciam negras porém continham um brilho verde profundo, lhe cobriam o corpo até os joelhos, desabotoadas na frente. Os punhos da camisa social branca apareciam sob os das vestes e um colete de cinza prata cobria-lhe a camisa. No pescoço, sumindo no colete, uma gravata plastrom de seda branca, larga. Calças cinza chumbo e sapatos de couro num tom mais escuro terminavam o conjunto.
Pansy tinha um sorriso pretensioso e repleto de desdém ao encontrá-lo. Como devia ser. Ele retribuiu, como era de se esperar.
“Bem vinda, Parkinson.”
Destilou, sorrindo, ela riu baixo e aceitou o braço que ele lhe oferecia, caminhando com ele pelo salão enquanto conversavam, olhando para os outros presentes com superioridade. Na verdade estavam entediada e ansioso, mas era preciso armar bem o seu circo.
As quatro mesas do salão principal tinham sido afastadas para as laterais, onde cada uma tinha na parede atrás de si a bandeira de sua casa e a comida oferecida de acordo com cada uma. Um palco havia sido armado na direção oposta da enorme porta e sobre ele havia amplificadores de voz e instrumentos prontos para serem usados. O teto encantado mostrava um fim de tarde com dezenas de cores e pelo salão estavam espalhados homenagens, fotos, objetos antigos, qualquer coisa que lembrasse fatos importantes sobre os que os viveram. A maior parte dos convidados já estava presente e caminhava pelo salão, olhando as fotos, rindo, relembrando, apontando objetos em redomas de vidro, conversando.
Draco não sabia o nome de metade deles. Não lhes tinha prestado muita atenção no passado, nem no presente. Contudo, num canto ele viu Longbhotom muito cheio de si, com um bebê de cabelos negros nos braços, que ria de tudo que ele dizia e olhava ao redor com grandes olhos cinzentos curiosos. A criança devia ter herdado a aparência da mãe. Draco só se perguntava a quem lhe tinha saído o cérebro. Padma e Parvati Patil caminhavam cada uma de braços dados com o respectivo namorado. Simas parecia muito ocupado tentando convencer a diretora McGonagall que ele podia ser um bom professor de feitiços, não obstante suas obviamente em falta, sobrancelhas¹. Susan Bones parecia bastante ocupada do outro lado do salão, em direcionar olhares acusadores a todos os sonserinos que passavam, inclusive a ele e Pansy. Não eram muitos, os de sua casa. Mas isso já era se esperar. Viu Blaise, e ele acenou com a cabeça de longe, cumprimento que Draco meramente aceitou como lhe cabia na sua posição. Sem dúvida ele e Pansy eram os mais bem vestidos e discretos por ali, apenas desfilando sua presença para aqueles que não a queriam.
“Acho que já era de se esperar tão poucos de nós, não é mesmo?”
Pansy indagou ao seu lado, retomando sua atenção. Draco arqueou a sobrancelha enquanto olhava ao redor, mas agora focado na presença quente ao seu lado.
“Quem você esperava que viesse? Aqueles cujos pais foram assassinados? Aqueles que estão em Azkaban? Ou aqueles que nos odeiam a todos por termos aparentemente jogado o nome de Slytherin na lama?”
“Não muitos, de fato.” Respondeu sem se abalar com o tom ácido e sarcástico. Draco a olhou de relance e ela sorriu suave. “Embora estar aqui realmente me faça sentir estranha que não estejamos sob a sombra de dois certos brutamontes².”
O sonserino endureceu ao seu lado, depois ela sentiu, mais do que o ouviu, soltar o ar devagar ao seu lado.
“Nós todos sabíamos o que estávamos arriscando. Mas eu e você podemos ter certeza que quando eles citarem as perdas, certos nomes não vão estar na lista. Eles se embriagaram com o poder, acharam que podiam fazer qualquer coisa. Eu poderia ter morrido com eles aquela noite.”
Comentou como se não fosse nada. Apenas a realização de fatos.
“Mas não morreu. E agora estamos aqui, armando um circo para que você possa finalmente ter aquele, que nos causou tantas desgraças, nas mãos. Talvez você devesse pensar sobre isso, Draco, quando estiver lá em cima com ele.”
“Eu não deixei de pensar nisso um segundo da minha vida, Pansy. Assim como não esqueci nem um minuto dos cinco dias de tortura seguidos com que aquele lorde tão aclamado pelos nossos, me puniu pessoalmente por não ter cumprido suas ordens. Talvez você tenha se esquecido disso.”
Ele viu a garota desviar o olhar para outras pessoas, fugindo do ódio destilado no seu enquanto respondia.
“Eu não disse que as coisas eram melhores então. Só acho que o que é justo, é justo. Nenhum deles perdeu mais pessoas, perdeu vidas inteiras, impérios, sustento e liberdade como nós, mas onde está o nosso luto, Draco? Está nos olhos que nos acusam como se dissessem que não temos o direito de estar aqui? Eu não acho...”
“Temos tanto ou mais direito quanto qualquer um deles. Não importa o que eles pensam, Pansy. Eu e você somos ambos príncipes desse lugar por direito. E isso não podem tirar de nós. Por mais que quisessem. Agora deixemos de falar bobagens sobre o passado. Você sabe muito bem que nem eu nem você fazemos o tipo sentimental. Você trouxe o que eu pedi?”
“Meu bichinho de estimação? Trouxe sim... Ele já está guardado lá em cima no devido lugar, esperando. Ele é muito raro, você sabe, Draco.”
“Sim eu sei, não se preocupe, eu darei um jeito de consegui-lo de volta depois. Tudo que precisamos é de uma distração eficiente e de que você cumpra bem o seu papel. Pode deixar o resto comigo.”
“Quanto a isso você sabe que não há problema. Eu nunca falho. Ah... Alvo magricela a vista. Sabe talvez, se eu imaginá-lo sem aqueles óculos fundo de garrafa, eu consiga ver o que você vê.”
Draco revirou os olhos, porém logo estava desviando-os pelo local a procura de Harry. Este adentrava o salão com toda a corja de seguidores. Trazia a mulher pelo braço e atrás deles vinham Granger, Weasley, mais Weasleys, e até... a Lovegood.
Harry trajava vestes negras simples com roupas sociais com as cores de sua casa por baixo. A semelhança com o antigo uniforme, fez com que Draco tivesse um rápido flashback. Eram calças grossas de tom dourado queimado, outono. Uma camisa branca e um colete vinho profundo com gravata simples do mesmo tom das calças. Enquanto descia os olhos pelo moreno, o sonserino sentiu o corpo formigar. Estava tão perto! Por um instante os olhos de esmeralda encontraram os seus e Harry lhe sorriu um tanto hesitante. Percebendo que Granger e a Di-Lua notaram o movimento e os fitavam intrigadas, Draco retribuiu com seu melhor sorriso torto e arqueou a sobrancelha numa expressão de desafio, já que o outro duvidara que ele iria. O griffinório pareceu um pouco embaraçado, contudo assentiu com a cabeça e o loiro retribuiu o gesto.
“Eu ainda não entendo por que você precisa de ajuda. Vocês estão praticamente se jogando um em cima do outro.”
O loiro revirou os olhos e grunhiu baixo.
“Pansy. Não é hora de dar pra trás, nem de destilar vingança. Eu me vingarei dele mais tarde. Por mim e por nós.”
“É só o que eu quero.”
“Então reclame menos e faça mais. Está na hora de começarmos.”
“Certo. Vou te deixar sozinho então, como combinamos enquanto eu adianto a segunda parte do plano. Draco.”
“Sim.”
Respondeu, fitando-a. Ela o olhou como se desejasse enxergar por dentro do cérebro dele, o que ele pensava e sentia naquele momento.
“Não hesite.”
“Eu não vou.”
Garantiu, os olhos de mercúrio afiados e concentrados. A princesa slytherin assentiu e se retirou graciosamente sem chamar atenção, deixando o loiro sozinho para andar entre as redomas de vidro e quadros de fotos com uma expressão desinteressada. Sentiu a presença do outro junto de si como se pudesse vê-lo, parado atrás dele, tão perto que dava pra sentir o calor de seu corpo.
“Recordando...?”
Draco sorriu para si mesmo ao ouvir a pergunta naquele tom desinteressado, porém com um toque claro de satisfação. Era óbvio que o moreno tinha ficado satisfeito com sua presença ali e que não esperava que ele fosse.
“E por que eu desejaria recordar coisas como essa?”
Indagou sem tirar os olhos da foto que estivera olhando quando o outro chegou. Era uma foto da última vitória da griffinória no quadribol, da turma deles. Sexto ano. Gina aparecia nessa foto, o pomo seguro na mão enluvada, e um largo sorriso nos lábios cheios. Draco não se podia se esquecer daquela vitória em particular. É óbvio que ele devia ter visto aquilo vindo, mas... Sim. Pansy tinha razão. Ele era um babaca. Fora naquela mesma noite³ em que tanto que ele tinha planejado foi por água abaixo... Balançou ligeiramente a cabeça então se virou para trás, visto que o moreno não lhe respondia mais. Arqueou as sobrancelhas em deboche ao ver a expressão dele, que parecia consternada e preocupada. Por que o outro faria tal expressão diante de uma foto vitoriosa de sua esposinha amada?
“Que cara é essa? Pra você essa deveria ser uma boa lembrança. Aliás, quase tudo aqui são boas lembranças pra você, que eu saiba.”
“Draco...”
“Olha só, estamos nos tratando pelo primeiro nome agora?”
Provocou, rindo debochadamente, mas nada do que ele dizia parecia causar efeito. Ele franziu a testa por um momento. Harry sequer o estava olhando nos olhos, só ficava fitando aquela foto amarelada com aquela expressão, os lábios apertados e os olhos de esmeralda embaçados de preocupação. O que seria agora?
“Se você for ter um treco, por favor, me avise, esses sapatos são novos.”
Falou, endurecendo a expressão agora, perdendo o sorriso maldoso, ficando sério. Tudo que ele não precisava era do outro vomitando ao seu lado. Por que é claro que todos no salão assumiriam automaticamente que tinha sido sua culpa. Todavia nem mau humor ferino adiantou. Draco suspirou passou os dedos pelos cabelos num gesto nervoso.
“Potter, por Merlim. Daqui a pouco seus lacaios vêm aqui achando que eu te azarei ou coisa parecida. Que um dia você iria surtar eu sempre soube, mas me poupe de fazê-lo perto de mim. Eu não estou a fim de sujar minhas roupas de sangue alheio hoje.”
O garoto de ouro deu um suspiro longo e finalmente tirou os olhos daquela fotografia e olhou para o sonserino. Draco arqueou a sobrancelha e aguardou, franzindo os lábios, irritado. Deuses. Potter era muito lento. Como ele era sequer capaz de andar e respirar ao mesmo tempo? Não devia ser muito complicado para seu cérebro minúsculo? O que ele tinha visto naquele palerma, de qualquer jeito? Os óculos de garrafa? As roupas esfarrapadas? A lerdeza de lesma? Céus.
“Draco. Aquela noite... Depois do jogo... Em que eu não... Apareci na sala precisa. Eu havia me esquecido que você estava me esperando...”
“Argh. Potter. Por Morgana, eu não estou aqui pra ouvir nenhum discurso piegas. Se quiser compartilhar lembranças e lágrimas, fique a vontade para se juntar aos animais no outro canto e me deixe em paz. Eu vou beber que eu faço melhor. Griffinórios...”
“Eu voltei.” o griffinório insistiu, segurando o braço de Draco e o impedindo de ir. O príncipe Slytherin franziu a testa pra ele, notando incomodado que quatro pares de olhos de ruivos estavam fixos nos dois do outro lado do salão. Três masculinos, um feminino que ele conhecia muito bem. Potter tinha que estragar tudo, é claro. Só o que faltava era ele causar alguma confusão agora e arruinar seus planos quando tudo ia tão bem.
“Potter, seus cães de guarda estão de olho. Corte a melação e me deixe ir.”
“Cale a boca, Malfoy! Merlim!” exclamou o outro, soltando o loiro num gesto indignado. “Cale essa sua maldita boca arrogante e me escute por um minuto!” arfou irritado. Draco franziu os lábios e enfiou as mãos nos bolsos, aguardando. Por mais que odiasse admitir. Ele estava mesmo curioso. O que teria de tanto incomodo para o outro numa noite que devia ter sido perfeita pra ele?
Harry respirou fundo e continuou. “Depois que eu percebi o que tinha feito, eu voltei até a sala precisa para ver se você ainda estava lá, para pedir desculpas, eu tinha esquecido. E daí quando eu entrei. Eu encontrei... Aquele ramalhete de rosas no chão.” A face do sonserino esfriou de repente ficando completamente inexpressiva. O que diabos...? “Draco, eu sinto muito.” O moreno continuou, em tom mais suave. “Eu sinto muito. Eu nunca pensei que...”
“O que. Exatamente. Te faz pensar que eu poderia existir alguma relação entre um ramalhete de rosas, e eu? Sinceramente Potter, de todas as suas burrices, essa ganha o prêmio...”
“Como você explica então, eu ter encontrado o ramalhete no chão, na sala precisa, na versão dela em que nós conversávamos? Corte a babaquice, Malfoy!”
Replicou o moreno, imitando o tom e a expressão do outro. Draco sorriu suavemente, sem tirar os olhos de prata do outro.
“Não seria a primeira vez que você vê coisas, seria? Agora se me dá licença, senhor Potter, minha presença é requerida em outro lugar e seus lacaios o esperam.”
Respondeu. O tom elegante contrastando com as palavras e o rosto frio, tão frio quanto jamais fora. E então ele se afastou, deixando Harry sozinho a olhá-lo ir, com expressão frustrada.
Draco caminhou pelo salão até a mesa de sua casa e encheu um copo com uísque de fogo, tomando um longo gole. E essa agora. Era só o que lhe faltava. Era por isso que o moreno tinha vindo vê-lo depois de tantos anos? Era por isso que tinha lhe mandado aquele convite de casamento? Culpa? Que ótimo. Não bastasse o desprezo agora o griffinório tinha pena dele. Sinceramente. O nível de ridículo tinha se superado.
“Você conseguiu o que precisava?”
Indagou enquanto girava o copo entre as mãos, fitando as fotos dos sonserinos agora. Um território mais seguro para se estar. Pansy não pareceu surpresa por ele saber que era ela junto dele. Ele conhecia sua presença, seu perfume, seu andar, melhor do que qualquer um.
“Sim. Embora com você as coisas não tenham ido tão bem, pelo visto.”
“Cale a boca.”
“Estou só comentando...”
Respondeu, sorrindo sarcástica. Draco a olhou de leve e agarrou uma taça de champanhe que um elfo doméstico levava numa bandeja, entregando pra ela.
“Onde está?”
“Na minha bolsa.”
“Ótimo. Agora só temos que sobreviver a essa babaquice por mais algum tempo. A garota?”
“Fora do caminho.”
“Meus parabéns senhorita Parkinson. Você não perdeu seu talento ao que parece.”
Ele sorriu, reganhando o humor da noite, embora estivesse mais sombrio. Deu-lhe o braço outra vez e voltaram a caminhar.
“Você viu quem veio com eles? Aquela maluquinha, Di-lua.”
“É eu vi... O que tem ela?”
“Nada demais. Mas ela me dava muito que fazer na época da escola. Era uma boa diversão.”
Draco a olhou arqueando a sobrancelha.
“Era você quem escondia as coisas dela?*”
Indagou, surpreso de que ele não soubesse. Pansy riu baixo e tomou um gole do champanhe, parando-os para olhar algumas taças e prêmios no caminho.
“É claro que não... Mas sim, era por ordem minha. Não deixava de ter sua graça. Depois você estava tão ocupado naqueles últimos anos com as besteiras de seu pai que eu tinha arranjar algum modo de me divertir. Essa foi só uma das coisas que eu arranjei.”
Respondeu com um sorriso maldoso. Draco balançou a cabeça, mas retribuiu o sorriso.
“Você tem um talento nato.”
“Eu sou uma sonserina.”
“De fato.”
A atenção dos dois foi desviada por alguém que chamava a todos no palco. Era a diretora McGonagall que anunciava que começariam as homenagens e discursos e que qualquer um que tivesse algo a dizer poderia subir até ali e falar o que tivesse vontade, ou cantar, ou qualquer coisa que quisesse contanto que se mantivessem dentro do limite do legal e aceitável e que não, Fred e Jorge não eram daquela turma e, portanto, não podiam subir no palco para fazer propaganda de sua loja. E que, pela décima vez, a vaga de professor de feitiços tinha sido preenchida aquela amanhã e ela gostaria muito que o senhor Simas não usasse a oportunidade para insistir. Fora isso que ficassem a vontade. Draco respirou longamente e com um olhar a Pansy, ambos foram se posicionar em frente ao palco para aguardar aquela tortura.
Muito se falou, pouco que lhe interessasse. A maioria eram só tolices piegas sobre a saudade dos dias que passaram ali e coisas parecidas. Havia os discursos anti-sonserinos é claro. E também aqueles que procuravam constranger a todos lembrando de cada morte que ocorrera naquele castelo. Como isso de alguma forma podia ser algum incentivo, Draco não tinha certeza. A última pessoa a subir foi Harry. O loiro não queria ouvi-lo, mas ficou, embora tivesse dado um leve aperto na mão de Pansy que entendeu e se afastou discretamente para ir cumprir sua parte no plano.
“Obrigado.” A voz amplificada de Harry retomou sua atenção para o palco e Draco aguardou que ele falasse, embora não estivesse realmente interessado. Ele não queria ouvir novamente sobre todas as pessoas que o outro perdera. As coisas que realmente interessavam, as conversas que importavam, eles já tinham tido há anos atrás, numa sala não muito longe dali.
“Bem, eu estou aqui essa noite, para recordar, como todos vocês, mas para também olhar para frente. O que eu quero dizer, é que todas essas pessoas que foram lembradas essa noite, todo o sofrimento que nós passamos, sofrimento que grande parte dos estudantes aqui hoje não entende ou se recorda bem, nós devemos a ele, e a todas essas pessoas, olhar para frente. A única maneira de honrarmos essas memórias, é se nós construirmos, cada um para si, um futuro que de alguma forma seja melhor que o passado. Querendo ou não, nós não somos mais crianças, já faz muito tempo. Por tudo o que passamos, crescemos mais rápido. Então é hora de deixar tudo de lado, inclusive antigos ódios...” e ao dizer isso ele passou o olhar sobre os sonserinos, parando um segundo a mais em Draco que retribuiu o olhar com aspereza. O que ele estava dizendo?
“Todos nós aqui, hoje. Todos. Tivemos perdas e arrependimentos. Todos sofremos os espólios da guerra, e esse sofrimento devia nos fazer parar e pensar que talvez não tivéssemos sofrido tanto se nosso mundo não fosse tão dividido, tão cheio de preconceitos e ódios intrincados. Nenhum tirano pode encontrar terreno fértil num país íntegro. Numa população que sabe que, diferenças a parte, tem uma nação conjunta para defender e crianças para defender. Tiranos como Voldemort” e ele pronunciou o nome com firmeza, embora até a expressão de Draco tivesse se endurecido mais ao ouvir o nome. “...se alimentam do ódio, do medo das pessoas, do medo que as pessoas tem uma das outras. Se o povo bruxo não fosse tão repleto desse medo, desse preconceito, talvez nada disso tivesse acontecido. Portanto, ao invés de olharem para trás procurando culpados, talvez seja hora de todos nós entendermos nossa responsabilidade no que aconteceu e olharmos para frente com outros olhos. Nós não estaremos seguros enquanto não paramos de guerrear entre nós. Enquanto ficarmos apontando inimigos entre nós, qualquer inimigo de fora poderá nos tomar facilmente. Todos nós somos culpados e vítimas. Todos nós. Eu sei que é difícil não apontar culpados quando nossos corações ainda sangram por todos que perdemos, mas fica mais fácil se lembrarmos que não fomos os únicos a perder vidas inteiras nesse mesmo salão. Procurem se lembrar disso, da próxima vez em que forem encher suas cabeças com pensamentos raivosos. Não faz muitos anos, o chapéu seletor deu a essa escola o mesmo conselho que eu procuro dar agora a vocês como país. Numa guerra como aconteceu não há vencedores. Todos perdemos e todos temos que agora recomeçar com os retalhos que nos sobraram. Talvez se vocês fizerem isso, eu não perca mais o meu sono a noite pensando que um oportunista pode usar esse ressentimento que restou para causar danos ainda piores. Esse é o meu pedido, como chefe da segurança de todo esse país. Obrigado.”
E ele saiu. Por um instante um silêncio absoluto reinou no salão e no instante segundo ele explodiu com falatórios. De fato, ele o tinha surpreendido. A maioria ali lançava olhares desconfiados aos sonserinos, como se eles tivessem azarado Harry para dizer tais coisas. Outros tinham olhares culpados, e alguns ainda intrigados e compreensivos. Potter não podia achar que poderia acabar com um ódio de mais de mil anos com algumas palavras piegas, podia? Draco soltou o ar e se virou, saindo dali também. Ele não tinha paciência para ficar e servir de alvo de fofocas e comentários aquela noite. As outras casas iam ter que se virar para destilar sua raiva e indignação sem ele.
Fitou o relógio e tomou outro gole do segundo copo de uísque que tinha arranjado com um elfo. Estava sentado displicentemente num sofá de couro negro que claramente pertencia à parte da sua casa na decoração. Ele deslizou os dedos pelos cabelos e apoiou o tornozelo direito na coxa esquerda, fitando o que podia ver do salão através da abertura daquela saleta mais privada enquanto ingeria a bebida. A grande e desastrada silhueta ruiva passou pelo arco e caminhou diretamente até ele, sentando-se ao seu lado. Draco suspirou e voltou a tomar a bebida, como se não tivesse notado, até finalmente resolver falar alguma coisa visto que o outro não parecia inclinado a sair.
“Sala errada weasel**. A menos que as recordações da sua vida patética sejam tão ruins que você tenha desenvolvido um instinto suicida. Eu não estou sozinho, caso não saiba. Eles não me deixariam sozinho aqui, e na verdade para te azarar eu nem preciso de ajuda, só de platéia. Então seja lá o que for, desembuche logo.”
“O que você quer com Harry?”
Rony despejou, estreitando os olhos dourados para o outro. Draco o fitou por longo tempo, testando até quando ia a paciência do ruivo. Quanto mais olhava, mas o outro ficava vermelho de raiva e menos vontade de responder o loiro tinha. Era bom deixá-lo esperando e fazendo conjecturas. Por fim sorriu torto e se inclinou, deixando o copo sobre a mesinha.
“O que eu quero com o Potter...? Hum. Sabe, weasel. Eu achei que tivesse dado o recado à sua corja direito. Mas pelo visto ainda não fez efeito. Então pela décima vez: eu não devo satisfações à vocês. Agora... Em segundo. Se você não viu, foi Potter quem estava me segurando, não o contrário. Então talvez você devesse perguntar a ele ao invés de vir até aqui me importunar.”
Rony ficou ainda mais vermelho, as orelhas da cor de seus cabelos e ele estreitou os olhos, apertando as mãos em punhos cerrados enquanto Draco verificava um botão em sua roupa, displicente.
“Se ele estava te segurando, algum motivo tinha! O que você fez pra ele, seu babaca?!!”
O loiro ficou fitando-o outra vez e depois deitou a cabeça pra trás e riu, longamente como não fazia há algum tempo. Levantou-se, pegou o copo que já se encontrava cheio outra vez pelo elfo que passara ali e o olhou um momento antes de sair.
“Sabe o que é mais hilário, weasel? Pela primeira vez você deveria estar me perguntando o que foi que ele fez pra mim.”
E sorrindo com os lábios franzidos, ele saiu dali, voltando para o salão. E foi quando ouviu a explosão. Com um sorriso, ergueu o copo no ar como oferecendo um brinde e se esgueirou para longe dali, para cumprir sua parte no plano. Tinha começado.
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Notas:
1 - Referência ao fato de Simas Finnigan (griffinória) estar sempre tentando executar novos feitiços e acabar causando constantes explosões que lhes queimavam as sobrancellhas.
2 - Crabbe e Goyle, mortos pelo fogo maldito que eles mesmos conjuraram na sala precisa, sétimo livro, na tentativa de matar Harry, quando acabaram quase matando Draco junto com eles, que foi salvo por Harry.
3 - Noite da final do torneio de quadribol, sexto ano, mesma noite em que Harry finalmente beija Gina e eles começam a namorar.
* Quem não se lembra que as coisas de Luna eram roubadas e ao final de todo ano ela deixava avisos, pedindo que lhe devolvessem? xD e ela dizia: "eles sempre devolvem no final"
** Literalmente: fuinha. xD trocadilho com o sobrenome Weasley, que Draco utiliza na versão inglesa do livro.
Quando eu li sobre a silhueta desengonçada eu juro por Deus que pensei que era a Gina, daí gritei: WOW SURUBA =D e broxei quando vi que era o Rony.
ResponderExcluirHarry ta muito metido, deviam ter jogado tomate nesse babaca quem ele pensa que é pra fazer discurso?
OBS: D= ROSAS? ROSAS NA SALA?! ROSAS NO CHÃO?! WTF?!?!?!?! MALFOY AVIADOU... ROSAS... OMG ROSAS!! ROSAS... Rosas...
...Rosas...
*facepalm* pelamordedeus... Se eu fosse Lucius já teria queimado o pinto desse menino.
HAHAHAHHAHAHAHA eu me mato com seus comentários, sabia? Realmente.. essas rosas me supreenderam. Quanto ao Rony... Poxa, Hans, se o Rony não entrar, a nossa linda ali é que vai broxar!!! B. precisa dessa alegria também, não seja má. O motivo desse encontro? Talvez tenha sido pra alegrar tanto a B. como divertir o próprio Malfoy e fazer da alegria da B. a alegria da escritora, que adora esse humor sarcástico e maravilhoso do Draco. Ah céus, ela não é a única. Sabe seu erro, MissWriter? Vou me apaixonar pelo Draco. T.T
ResponderExcluirCá entre nós, MissWriter, manda oi pro Kevin por mim que eu não o percebi mais online no msn!!! hahahahaha
Diga aí, oi da Lisa para Kev, curiosa pra saber por onde anda nosso querido Tales por motivos óbvios.
E com licença que eu preciso ir ver o comentário da sua amada esposa na parte seguinte para poder rir um pouco mais ainda hoje.