AVISO AOS NAVEGANTES:
Aqui está sendo postada uma fanfic de Harry Potter, com ship Draco/Harry.
Não gosta? Não leia.
Gosta? Seja bem vindo e, por favor, comente!
Sim, essa é a mesma fic que estava sendo postada no fanfiction.net.
Saí de lá, pois o site não me deixava adicionar novos capítulos nem escrever uma nova história, mesmo depois de fazer outro profile e enviar inúmeros emails pedindo ajuda ao suporte. Espero ver todos os meus leitores do outro site, aqui!
Sejam todos muito bem vindos!
A quem ainda não leu, os capítulos se encontram organizados no Arquivo, por número e nome. Estejam à vontade para dar opiniões.
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Capítulo inédito! Eu decidi deixá-lo exatamente como pretendia postá-lo no fanfiction.net. Então para aqueles que comentaram no último capítulo postado lá, aí estão suas respostas. Esse capítulo inclue algumas notas para esclarecimento, havendo alguma dúvida similar em qualquer outro capítulo basta me dizerem e eu tentarei explicar. Até amanhã devo postar o capítulo 7 que está quase pronto. Desculpem a imensa demora para resolver tudo, mas espero que valha a pena todo o trabalho de repostar os capítulos. Espero que gostem desse capítulo novo! Beijos a todos!
Respostas:
SamaraKiss Já estava na hora de Draco fazer algo, não é mesmo? xD Que bom que gostou da Pansy, me deixou hesitante escrever sobre ela, mas sabia que seria essencial, então fico feliz que tenham gostado da minha versão dela.
L. Minha querida, você disse que considera privilégio poder ler tudo antes, para mim o privilégio é todo meu poder te mostrar antes de postar e ter a certeza de que está realmente pronto para ser publicado.
Eu acredito muito que a complexidade de uma história não está em tramas mirabolantes, a mente humana já é algo tão vasto e complexo que não precisa de adições que não seja tentar entendê-la. Não se preocupe, sabe que isso não digo nem a você, e certos pontos da história guardo sempre comigo. Obrigada por todo o seu carinho e paciencia com que lê e comenta cada nova coisa que lhe mostro com expectativa. Se fica ansiosa, imagine como eu fico a cada capítulo postado esperando a opinião de todos.
K. ashusahuahuahsuhsuhasuhsushsahuahsa sempre encantadora minha esposa. *rindo* amo-te minha monalisa.E segure sua impaciencia, nenhuma história pode ser boa sem ser temperada com seus mistérios e esperas. Afinal, Draco não pode ser o único a sofrer a tortura da espera aqui.
Campanha: Deixe um Comentário e faça um autor feliz.
Queria salientar que não é preciso estar cadastrado no fanfiction.net (ou ter um blog) para deixar reviews (comentários). Afinal, um pequeno review(comentário) não machuca ninguém, ao contrário dos longos capítulos que tão dedicadamente escrevemos para vocês sempre, a custo de todas as nossas “ites”. ;D
Aqui, especialmente, um pequeno texto.
Inspirado na história e em nossa Ginny, eis aqui um poema de minha querida L. para todos vocês:
“Se perfume tivesse cor, o seu seria vermelho fogo,
Vivo como seu sangue, brilhante como seus cabelos,
Intenso como seu olhar, forte como só você é.
E ainda assim dissimulado.
Como você.
Sorrateiramente alcançaria meu nariz,
Doce como seu sorriso,
Mexendo com meus sentidos.”
E é a esse poema que os deixo à leitura do próximo capítulo. Tenham todos uma boa semana e até domingo que vem! Espero que gostem. E lembrem-se: reviews são o que mantém autores e histórias vivas. Dedique um minutinho do seu tempo a quem dedica horas para tentar proporcionar o melhor entretenimento a todos vocês.
- Capítulo 6 -
Julgada pelo réu
Citação do capítulo:
“Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.”
- "Um Escritor na Revolução" -
- Autor: Ehrenburg, Ilya -
“Você o quê?!”
Hermione observou Harry desviar os olhos verdes enquanto seu noivo ficava tão vermelho quanto seus cabelos. Se ela soubesse que o jantar seria tão conturbado, teria certamente remarcado. Depois de um dia estressante no St Mungus, chegar correndo em casa e não ter a comida pronta a tempo – o que por si só já era extremamente irritante: atrasar-se – e ainda ouvir de Harry tal notícia com a presença de Rony, era mais do que ela se achava capaz de lidar no momento. A garota tratou então intervir para amenizar os ânimos e desviar o foco de sobre seu melhor amigo.
“Ron, não grite na mesa. Nem com Harry. Ele não fez nada demais.”
Replicou num tom que deixava bem claro o quanto ela estava insatisfeita e achava a atitude dele infantil. Pela cara de Rony, ela sabia que ele compreendera exatamente o que ela estava pensando, mas nem por isso largaria o osso tão cedo. Merlin! Por que mesmo ela estava noiva daquele ser teimoso e turrão? Suspirou. Ela o amava imensamente, mas às vezes ele tornava isso bem difícil. Virou-se e com um aceno da varinha várias batatas fatiadas voaram, com certo estrépito pela sua impaciência, até um borbulhante caldeirão de onde delicioso cheiro invadia a cozinha do organizadíssimo apartamento.
“Nada demais, Mione?!” O ruivo parecia muito próximo de um colapso, fitando os cabelos castanhos da noiva, que era tudo que podia ver. Mione sabia que no fundo, Ron estava era possesso por Malfoy ter recusado, e assim magoado seu amigo. Todavia isso era algo que ele não admitiria: que preferiria que ambos fossem amigos a ver a expressão de desistência e pesar no rosto do outro. No rosto de Harry que era sempre tão forte, tão decidido, que deveria ter soltado os berros em cima de Draco, se fosse antigamente. Porém desde a morte de Snape durante a guerra, algo muito profundo se alterara no moreno, além disso, quando se tratava de Malfoy, o amigo sempre adquiria estranha hesitação e qualquer discussão o abatia, quer ele demonstrasse ou não, Mione sabia. Ela não entendia por que ele precisava tanto acreditar que havia algo no sonserino que valia a pena, mesmo depois de tudo que houvera. “Ele foi pedir ao Malfoy... Ao Malfoy! Que fosse seu...” e ele fez uma careta, “amigo” proferiu com asco.
“Eu disse a ele que não ia dar certo”
Gina entrou na conversa em tom displicente, flutuando para a mesa uma grande jarra gelada de suco de abóbora com quatro copos e logo fazendo o mesmo com os pratos e talheres. Hermione começava a pensar que teimosia e falta de bom senso eram de família. Ela só esperava que seus filhos escapassem disso um dia. Lançou um olhar de censura à Gina que a olhou com indagação. Eles não podiam ver o quanto o assunto estava magoando Harry? O quanto o moreno precisava ouvir algo agradável, uma palavra de carinho ou conforto que fosse que o fizesse parar de sentir tão tolo? Weasleys. Bufou.
“Eu só pensei que...”
Harry tentou começar.
“Pensou que só por que ficou um pouco menos detestável, Malfoy podia de fato ser gente.” Destilou Rony com sarcasmo. “Pelas barbas de Merlin, Harry!” o ruivo bateu na mesa, entretanto prosseguiu em tom mais baixo visto que o fogo que Hermione controlava sob o caldeirão oscilava perigosamente. Ele pousou a mão no ombro do amigo – que se encontrava sentado na ponta da mesa, de madeira escura e polida, sobre a qual o jantar começava a ser servido – e continuou mais ameno. “Olha, companheiro, não é por que o Malfoy por acaso mostrou que tinha um pingo de humanidade quando sua preciosa vida foi ameaçada, que isso muda alguma coisa.” E seu tom ficou ainda mais calmo ao ver o moreno baixar os olhos com as faces coradas. “Eu sei que desde o lance com... O Snape,” Franziu os lábios conforme os orbes verdes do outro escureciam. “você tenta sempre ver o melhor nas pessoas. Mas o Malfoy... Não tem nada nele que não seja podre e egocêntrico.”
O moreno por fim suspirou e passou a mão nos olhos cansados. Ele fitava as mãos cruzadas sobre a mesa com indiferença.
“Ele disse que nunca poderia ser meu amigo.”
Confessou em tom desligado como se não tivesse emoção nenhuma ao falar. Seu amigo mordeu o lábio e desviou os olhos dos dele, com uma expressão raivosa. Hermione se virando com a panela pronta, sabia que o namorado estaria pensando que poderia matar Malfoy. A tristeza nos olhos do amigo era evidente até para um homem geralmente desligado como Rony. A morena queria terminar com aquilo de uma vez. E o comentário desnecessário de Gina a fez soltar a panela na mesa com força, para despertar todos daquele ânimo estranho.
“Ele é sonserino até a última gota.”
“Eu acho que Harry fez bem.” Interrompeu Hermione, atraindo a atenção de todos com a pancada metálica na madeira e trazendo também a última travessa com uma torta fumegante e se sentando junto a Rony. Este a olhava com uma expressão indignada que ela ignorou veementemente, começando a servir os pratos. Seus lábios se apertando cada vez mais numa linha fina, de modo que lembrava muito à, agora diretora de Hogwarts, McGonaghal, demonstravam o nível crescente de irritação. Irritava-a que Gina falasse com tanto clamor e atirasse tais pedras quando o acusado... Suspirou. Não adiantava pensar nisso, ou ela enlouqueceria de culpa outra vez. “Ele fez uma tentativa honrada. Malfoy já agiu com sensatez no passado. Eu pelo menos não esqueço que quando fomos capturados por Greyback¹, foi ele quem fingiu não reconhecer Harry, mesmo tendo na balança a salvação de toda sua família.” E ela sorriu para o amigo, lhe entregando o prato cheio, e este lhe retribuiu com carinho.
“Olha, Mione, eu não sei que raios deu no Malfoy aquele dia. Mas isso não apaga tudo que ele fez. Ele continua sendo o mesmo mesquinho nojento. Harry não devia ter se humilhado desse jeito...”
Por fim a paciência esgotou-se. Mione revirou os olhos e logo dirigindo olhares raivosos aos dois Weasley, ela bateu o copo na mesa de um jeito tão típico seu que poderia de repente estar com as roupas da griffinória, batendo um livro grosso na mesa para interromper uma discussão entre Harry e Rony.
“Ronald Weasley! Eu não quero mais ouvir sobre esse assunto. Não importam as razões pelas quais Harry o fez. Harry tentou, Malfoy recusou. Ponto final. Chega.” Suspirou. Rony entreabriu os lábios como se fosse falar algo, olhando para a irmã em busca de apoio, que apenas deu de ombros, voltando a comer, mas ao ver a expressão de alívio do amigo ele baixou os olhos para a comida, ficando vermelho até as orelhas. Hermione então sorriu com diversão, virando o rosto para Harry enquanto tomava um gole do suco gelado. “Então, Harry, me conta, como vai seu subordinado no trabalho? Ele não tem me contado nada ultimamente.” Trocou de assunto rapidamente, olhando pra Rony com um sorriso divertido ao terminar de falar. Este fez uma cara injuriada ao se tornar o assunto da conversa.
Harry sorriu pra ela também e revirou os olhos. Ela sabia que ele sabia o que ela estava fazendo.
“Anda bem, Mione, bastante bem, melhor do que eu esperava, eu diria. Ele anda controlando seu humor bastante bem, não obstante as cinco chamadas que recebeu de Xenophillius Lovegood² só entre hoje e ontem. O velho Lovegood continua insistindo que uma Manticora³ anda vagando por seu terreno, por mais que Rony tenha lhe dito que as Manticoras nunca foram vistas fora da Grécia, ele insiste que tem ouvido seu canto. A cisma dele levou Rony a examinar o terreno várias e várias vezes e por mais que ele não encontre nada, sr Lovegood continua em pânico.”
Rony bufou enquanto Gina ria gostosamente, um riso que iluminava todo seu rosto, fazendo Harry rir com ela, enquanto a olhando de um jeito tão apaixonado que apertou o coração de Mione e mesmo assim até ela teve dificuldades de conter o riso.
“Isso não é nada difícil de imaginar. Pobre sr Lovegood. Qual é a próxima coisa que ele vai ver? Um rabo-córneo?”
A ruiva riu com gosto e o som era tão encantador que fez com que todos afinal rissem com ela, nem mesmo Ron conseguiu manter-se emburrado depois daquilo. Depois que conseguiram se recuperar ele afinal fez uma expressão cansada e aborrecida enquanto reclamava um pouquinho, a primeira vez, Hermione tinha que admitir, daquelas rondas forçadas de horas e horas atrás de nada.
“O velho homem é completamente louco. Agora que a Luna anda pelo mundo fazendo pesquisas sobre os animais mágicos raros, toda vez que ela lhe manda alguma atualização de seus trabalhos ele começa a jurar que tem um deles em seus campos.”
“Ora, Ron, não zombe tanto dele. O homem sente falta de Luna, e provavelmente só quer um pouco de companhia, por isso deve estar te atazanando tanto.”
Rony sorriu para a noiva e lhe acariciou a mão.
“Você sempre tentando ser boa para com todos, não é? Mas acho que tem razão. Ele deve mesmo sentir falta de Luna. Ele não parava de falar sobre ela nas vezes em que estive lá.”
“A última vez que ouvi falar dela ela estava no Egito, procurando por espécimes de Esfinge para estudá-los.”
Comentou a ruiva. Harry sorriu.
“Se tem alguém que pode deixar uma Esfinge confusa com o próprio interrogatório, esse alguém é Luna.”
Os risos se fizeram soar na mesa outra vez e o assunto Malfoy foi definitivamente esquecido.
...
Mais tarde enquanto Rony conversava com a irmã sobre as notícias da família, Hermione finalmente encontrou um tempo para falar a sós com o amigo moreno. Ela se sentou ao lado de Harry que se espreguiçava no sofá em frente à lareira que crepitava, e este aceitou a caneca de cerveja amanteigada que ela lhe oferecia. A morena se acomodou ao lado do amigo e ficou fitando o fogo com ele, deixando que ele tomasse a iniciativa da conversa, sem pressa. Por fim, ele falou hesitante, após vários goles da bebida, fitando o líquido que ele remexia entre as mãos.
“Mione... Am. Obrigado pelo que fez mais cedo.”
Hermione sorriu, o olhando rapidamente antes de tornar a fitar as chamas alaranjadas.
“Sem problemas, Harry. Amigos são pra isso. Eu vi que você estava triste. Harry...?” Ela se virou de lado no sofá para fitá-lo, esperando que ele a olhasse e assentisse com expressão curiosa. “Por que realmente você foi até lá?”
Os olhos verdes vagaram pensativos, por vários segundos antes de tornar a encará-la, e ela daria tudo para poder entrar mente dele e ver o que ele via naquele instante.
“A verdade é que eu não sei, Mione. É só que... Eu estive pensando em tudo que aconteceu durante a guerra, e como... Como Draco não queria ter feito nada daquilo, como ele hesitou em cada passo do caminho, e fiquei me perguntando o que... O que teria acontecido se eu não lhe tivesse virado as costas.”
A garota percebeu que ele dissera ‘Draco’ sem nem notar e franziu levemente as sobrancelhas, mas decidiu ignorar já que as outras questões da sua frase eram mais importantes. O que ele lhe dizia, de um jeito tão triste, parecendo tão culpado, tão Harry. Assumir a culpa por tudo que tinha acontecido a cada uma das pessoas próximas dele durante a guerra, amigos ou inimigos, era bastante típico dele. A princípio não entendeu o que ele dizia.
“Você está falando sobre o primeiro ano em Hogwarts?”
Indagou confusa. Ela viu a expressão de desconforto dele ao virar o rosto para o fogo e dar de ombros evasivamente, murmurando um:
“É... Pode ser.”
A morena refletiu um pouco mais. Por que ele estava tão sem jeito? Então algo invadiu sua mente, algo que ela já havia esquecido completamente. Aquelas semanas. Aquelas duas semanas* em que... Oh, Merlin. Ela não podia mentir. Harry tinha toda a razão. Malfoy realmente estivera mudado. E ela se viu se perguntando o que teria acontecido se Harry de fato não tivesse deixado Malfoy de lado naquele tempo. Apenas alguns meses antes... É claro que ele tinha motivos. É claro que tudo tinha acontecido tão rápido que ele não tivera tempo para pensar no loiro, e ele de fato tivera vergonha de admitir que aquilo fosse mais do que uma convivência forçada pela consciência culpada e já tinha começado a se tornar uma amizade, e é claro que o namoro com Gina varrera tudo da cabeça do moreno, mas... Ela suspirou.
“Harry, você não tinha como prever tudo que aconteceu. E tudo estava tão confuso, a busca por horcruxes com Dumbledore, todas as coisas assustadoras que ele havia lhe contado, e então você finalmente se aproximando de Gina, você andava tão confuso, tão preocupado... E Malfoy já estava recuperado, você tinha coisas mais importantes para pensar do que buscar saber por que ele tinha parado de falar com você.”
O outro moveu os lábios de um lado para o outro, desconfortável, ainda de rosto virado, parecendo sem coragem de fitar a amiga. Céus. Ele se auto-condenava tanto assim? Ele tinha feito tanto por todos eles... Hermione não achava justo que ele se condenasse dessa forma por um pequeno descuido.
“Ele sumiu, Mione, e eu nem me dei ao trabalho de perguntar por quê. Eu sabia que algo estava terrivelmente errado. Eu sabia que ele não estava bem e eu sabia que Voldemort tinha lhe transmitido alguma missão, mas nem me incomodei em pensar nisso. Até que foi tarde demais...” a morena tentou dizer algo, porém ele balançou a cabeça com veemência, negando-lhe que ela comentasse algo. “Não, Mione. Você não entende, você não estava lá. Ele não queria fazer aquilo. Ele não queria ter levado Dumbledore à morte.” ambos estremeceram com o pulsar da velha ferida. “Ele estava sozinho. Sozinho e apavorado.” Os orbes verdes desfocados fixaram-se no chão.
Hermione não conseguiu encontrar mais nada para dizer. O que ela poderia dizer que consolasse o amigo? Em parte por que seu coração oprimido sentia que ele tinha razão. Se ele realmente tivesse buscado saber o que acontecia com Malfoy, talvez tudo tivesse acontecido de forma diferente e Dumbledore não estaria morto. Ela suspirou e antes que pudesse tentar começar algum consolo, a voz de Rony os interrompeu, chamando o amigo do outro lado da sala.
“Harry, companheiro, deixa eu te mostrar as coisas incríveis que ganhei de Fred e Jorge** por tê-los livrado da culpa sobre seus artigos terem ido parar nas mãos dos trouxas. Eles mandaram um cartão junto dizendo que esperam que aquele ex-comensal apodreça em Azkaban.”
Harry forçou um sorriso e se levantou, deixando Hermione com suas reminiscências, extremamente frustrada por não ter conseguido tirar aquele olhar triste dos olhos dele.
“Não sei por que é que ele continua com aquela cara.”
Murmurou Gina, cansada, se deixando largar numa poltrona ao lado de Hermione. A morena fitou a amiga por algum tempo depois soltou o ar.
“Ele está triste, Ginny, a guerra já acabou há quase quatro anos, mas certas coisas não são fáceis de esquecer.”
A ruiva franziu os lábios cheios enquanto afagava um bastante envelhecido e gordo Bichento que pulara para o seu colo.
“Eu queria poder fazer alguma coisa. Odeio quando ele fica com aquele olhar, como se ele se sentisse a pior pessoa do mundo. Como quando ele me deixou. Odeio isso. Eu queria que ele parasse de se preocupar tanto com todos e se preocupasse com ele pra variar.”
Hermione sorriu. Não podia negar, Gina realmente gostava de Harry e tinha um jeito especial de ver o moreno de forma como nenhum deles via.
“Bem, você pode tentar distraí-lo um pouco, nada melhor pra isso do que uma jovem esposa.”
Riu baixinho em tom maroto, o que terminou com uma almofadada da ruiva e os chiados irritados de Bichento que caíra ao chão com o movimento brusco e se fora para o quarto, o rabo de escovinha empinado de forma ofendida, fazendo com que ambas rissem com vontade atraindo olhares curiosos de seus respectivos que voltavam do interior do apartamento, mas se recusando a explicar e logo o casal se despediu, deixando os amigos para voltar pra casa.
....
Pouco mais tarde, enquanto punha a louça para se lavar, Mione sentiu os braços quentes e familiares ao redor de seu corpo e sorriu, fechando os olhos. Sim. Era por isso que ela estava com ele. Sentiu o nariz roçando pelos seus cabelos e o tom de riso macio.
“Você fica tão sexy sendo dona de casa.”
A morena riu, se virando entre os braços dele e lhe dando um leve tapa nos ombros largos, para depois enlaçar os braços pelo pescoço alvo e se inclinar, beijando os lábios quentes e avermelhados.
“Fico feliz que aprecie, mas saiba que quando vier pra cá definitivamente eu vou poder apreciar essa sensualidade em você também.”
Rony fez uma careta e depois ambos riram. Os olhos de mel do ruivo a encararam por longo tempo, enquanto ele deslizava um dedo pelo seu maxilar fino e por fim eles empurraram delicadamente a ruga acentuada entre suas sobrancelhas franzidas.
“Você está preocupada.”
Ela suspirou enquanto andavam até o sofá, onde se sentou, se deixando aconchegar no peito do namorado.
“Ele estava tão triste, Ron. E eu não consigo deixar de pensar que...”
Hesitou. Ela podia sentir os olhos do outro sobre si e a curiosidade emanar do seu corpo quente.
“O quê, Mione?”
“Que depois de amanhã é o aniversário da morte de Snape.”
Falou por fim. Rony entreabriu os lábios depois soltou o ar também.
“Eu jamais teria pensado nisso. Isso deve fazer parte da tristeza dele. Vou ver se amanhã eu o convido para fazer algo depois do trabalho, e falo com Gina para levá-lo a algum lugar depois de amanhã, ele não devia ficar sozinho. Mas Mione, eu não consigo entender, por que é que é tão difícil pra ele?”
A morena refletiu um pouco antes de responder.
“Acho que o que o machuca é pensar em quanto ele julgou Snape da mesma forma que todos o julgaram a vida inteira dele. Snape se tornou o que se tornou pela amargues que recebeu do mundo. Acho que ele compara Malfoy a isso. Malfoy também precisou de alguém que lhe estendesse a mão. E Harry não fez isso. Assim como seu pai não estendera a mão para Snape e o desprezara, Harry fez o mesmo à Malfoy, acho que isso o machuca.”
Rony franziu a testa por longo tempo numa expressão muito parecida com a da irmã, parecendo refletir sobre o que a noiva lhe dissera, e ficando afinal insatisfeito.
“Sabe, Mione, acho que eu nunca entenderia metade das pessoas se não fosse por você.”
Hermione sorriu e se virou pra vê-lo, sentindo as mãos largas pousadas em sua cintura fina de um jeito que aquecia toda a sua coluna e fazia sua face ficar mais corada.
“É por isso que eu estou aqui, para guiar meu ruivo turrão nesse mundo confuso.”
Respondeu em tom quente, baixinho, suave, com um sorriso travesso. Ron sorriu e a puxou para um beijo longo, profundo e apaixonado. Eles não mais precisaram de palavra alguma naquela noite.
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“O que você está fazendo aqui?”
A morena ouviu o muxoxo blasé e debochado bastante familiar enquanto a cabeça loura se virava em direção a ela com olhos cheios de irritação e uma diversão mordaz.
“Vocês griffinórios não tem um vocabulário muito extenso, não é mesmo? Eu esperava mais de você, Granger, sinceramente.”
Respondeu, e Hermione percebeu que ele seguiria seu caminho e a deixaria sem resposta.
“Não vai me responder?”
Indagou, só para retê-lo mais um pouco. A verdade é que ela não sabia como perguntar o que realmente queria. Por que ele tinha recusado a amizade de Harry? Aquilo a intrigava em vários níveis. Ela queria observá-lo de perto para saber se havia algum sinal de reação nele aquele pedido do moreno. Harry estava tão triste, e o sonserino não teria sentido nada? Nem mesmo raiva? Ele não podia ser simplesmente indiferente, podia? Duas sobrancelhas louras perfeitamente delineadas se arquearam pra ela. A expressão de intrigues misturada com desprezo combinava perfeitamente com o rosto aristocrático e alvo.
“Eu já disse aos seus amiguinhos, mas pelo visto vocês precisam que eu diga a cada um pessoalmente. Eu não devo satisfações a nenhum de vocês. Por favor, repasse o recado para seu noivo para me poupar de uma próxima vez. Além do mais,” ele sorriu, o que sempre anunciava algo desagradável. “pensei que você soubesse tudo no mundo.”
A garota revirou os olhos castanhos vendo a diversão nos olhos de prata de Malfoy.
“Apenas fiquei surpresa de vê-lo aqui no St Mungus, me perguntei se estaria doente ou coisa assim. Não é comum encontrar as pessoas num hospital, Malfoy.”
O loiro torceu os lábios com desgosto.
“E por que isso importaria pra você? Argh! Chega. Vocês griffinórios não descansam enquanto não sabem tudo da vida de todos. Eu vim oferecer os produtos da empresa Malfoy de medicamentos, visando nosso novo acordo com uma empresa que sempre fez o fornecimento do hospital. Satisfeita, senhorita?”
Mione franziu as sobrancelhas. Então o que Gina tinha lhe contado era realmente verdade. Os Malfoy tinham feito mesmo um acordo com a empresa Arestun. Balançou a cabeça suavemente. Era engraçado. Só agora ela tinha notado que Malfoy não a chamara de sangue-ruim nenhuma vez e no mesmo momento ela compreendeu:
Malfoy era agora restringido por uma convenção social. Não só era ainda mais terrível e mal visto de se dizer tal coisa a alguém, depois da guerra, como Hermione tinha agora um status que ele não podia desrespeitar. Ela se tornara alguém como qualquer dama da sua sociedade e estirpe, sendo uma do trio que salvara todo o mundo bruxo, e, portanto, ele lhe devia respeito e atenção. Ela percebeu que por mais que odiasse tal coisa, ele não poderia partir enquanto ela inquirisse sua atenção. Ele ficaria. É claro. Com sarcasmo, ironia e todo o fel de que fosse capaz de expressar sem deixar de ser polido. Mas ele ficaria. A expressão forçadamente atenciosa com que esperava pela resposta dela e, quem sabe, uma liberação, demonstrava isso perfeitamente. Isso a fez sentir... Com poderes sobre ele e a idéia a fez querer rir, mas manteve a expressão calma e intrigada.
“Ouvi falar sobre esse acordo, mas não sabia se era verdade...” ela parecia não ter mais o que dizer, e ele parecia ter percebido isso, visto que se preparava para sair. “Malfoy, tem uma coisa que eu ando querendo te perguntar. Por que é que você recusou a amizade de Harry?”
Assim, de supetão. E teria algum jeito mais suave de perguntar? E que outra chance ela teria de encontrar Malfoy a sós? Não, a situação era perfeita demais para se desperdiçar. Uma expressão que ela não entendeu perpassou o rosto do loiro, ela pensou ter visto uma ponta de indignação, algo de raiva e curiosidade e uma outra coisa que não soube dizer. Foi rápido demais para que pudesse realmente compreender. O sonserino passou a mão pelos cabelos num gesto irritado, tirando a franja dos olhos e quando tornou a olhar Hermione não havia dúvidas quanto à irritação suprema que pintava suas faces, que nem por isso ficavam menos belas.
“Essa deve ser a semana internacional de interrogar Malfoy pra vocês, não é mesmo? Por que é que lhe interessa por que eu recusei, Granger? Pensei que você saberia exatamente. Acho que me enganei ao te considerar com um pouco mais de cérebro do que o resto da sua corja.”
“Eu só pensei que... Depois daquelas semanas em que vocês se reaproximaram mesmo antes... Pensei que as coisas poderiam ser diferentes agora.”
E era como se dissesse: você também poderia ter sido meu amigo, Malfoy, as coisas entre nós também foram diferentes então. Por que você recusando a ele, recusa a todos nós?
Tal dor cruzou o rosto de Malfoy, que Hermione arregalou os olhos por um momento. Ela nunca tinha visto tanto rancor, uma dor tão aguda e um ódio tão pungente tudo ao mesmo tempo em alguém que pudesse ainda estar perfeitamente composto a sua frente. Era como vislumbrar um homem a beira da loucura, torturado, que, no entanto, continuava polidamente fazendo uma reverencia aos seus carrascos. E tão rápido quanto ela viu a expressão, ela partiu e a mais absoluta frieza tomou conta, ela sentiu até a pele arrepiar como se o ar tivesse ficado subitamente mais gelado.
“Bem, você estava enganada. Os motivos continuam os mesmos, Granger. E eles não vão mudar. Satisfeita? Será que eu posso ir agora para a reunião a qual você já me fez atrasar... Dez minutos?”
Indagou após conferir o relógio. A morena estava tão estática ainda pelo que vira que assentiu, pregada no lugar. O loiro ainda lhe fez uma reverência adequada a uma dama de respeito, que ele conseguia encher de despeito e desprezo, era realmente uma arte. Porém ao se virar, ele parou um segundo e falou ainda de costas pra ela, antes de partir.
“Ao menos Granger, eu recuso a amizade dele sinceramente, não faço como outras pessoas que se dizem amigos e que o apunhalam pelas costas. A amizade dele poderia ser muito útil pra mim, mas penso que ele merece de mim ao menos minha sinceridade, talvez você devesse tentar fazer o mesmo.”
E deixando uma Hermione completamente atordoada com o golpe repentino e massivo de culpa e confusão que sentia, o loiro saiu dali, sem olhar pra trás.
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Notas:
1 - Greyback captura Rony, Hermione e Harry durante o sétimo livro e - tendo a garota lançado no amigo uma maldição para inchar e desfigurar seu rosto temporariamente - como não sabiam dizer se aquele era Harry Potter, eles os levaram até a casa dos Malfoy onde Draco foi chamado a reconhecê-lo, mas fingiu que não sabia de quem se tratava.
2 - Pai de Luna Lovegood.
3 - Trecho de "Animais Fantásticos e onde habitam":
"Manticore (Manticora)
A manticore (manticora) é um perigosíssimo animal grego com cabeça humana, corpo de leão e rabo de escorpião. Tão feroz quanto a quimera e igualmente rara, a manticora tem fama de cantar baixinho enquanto devora a presa. Sua pele repele quase todos os feitiços conhecidos e sua mordida pode causar morte instantânea."
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* Decidi alterar o tempo entre o lançamento da maldição de Harry sobre Draco e o jogo de quadribol que termina com o beijo entre o primeiro e Gina, trocando o que na verdade não passam de alguns dias, por duas semanas. É um tempo que para a história original não faz alteração nenhuma, mas que para minha fic é essencial. Espero que compreendam.
** Pra mim não existe Fred sem Jorge e vice-versa, como não queria matar aos dois, mantive os dois vivos, escolha minha, já que considero essa morte desnecessária e extremamente irrelevante por parte da J. K.
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Últimas observações de autora, apenas para curiosos:
- Decidi escrever esse capítulo sob o ponto de vista de Hermione visto que parecia ser a coisa certa a fazer. Escritores são todos um pouco loucos e é fato que cada personagem tem vida e vontade própria. A convivência com Draco nem sempre é fácil, é difícil escrever sobre seu ponto de vista, tentando desvelar o que, nem mesmo eu sei, se passa em seu coração. Muitos pedaços avançados da história eu já entrevi, mas eles não vêm linearmente, nem corretamente, as cenas vêm bagunçadas, puladas, e às vezes é difícil fazer sua correlação, ou mesmo compreendê-las. Senti que tanto eu como ele precisávamos de um descanso dessa convivência, e Hermione pareceu o próximo passo correto a se dar. Incrível como tão rapidamente consegui encontrar o estilo dela e o capítulo fluiu confortável e foi escrito rapidamente. Espero que gostem da minha versão de Hermione, tentei ser o mais fiel possível. No próximo capítulo voltaremos ao nosso amado e irascível Draco.
Beijos e até a semana que vem!
Ri pacas, concordo com o Malfoy: DÁ PRA MUDAR O ROTEIRO, DIRETOR?!
ResponderExcluirGina: - Oh, Malfoy! O que está fazendo aqui, gostosom?!
Harry: - Draco? Que tá fazendo aqui?!
Hermione: - O que você está fazendo aqui, diabo oxigenado?
Draco: - Desisto... Desisto... Diretor, estou me demitindo *joga os papéis com as falas no ar e abandona a fanfic*
hahahaha...
ResponderExcluirMiss Writer... sobre o poeminha: coisas que surgem na aula de história. hahahahaha...
*-* aiii eu já comentei esse capítulo? nao ne??? eu sempre guardo os melhores comentarios pros reviews, mas vc terá q me perdoar pq esqueci-os todos. Entretanto, adorei. E sobre o ponto de vista da Hermione, foi perfeito. E divertido. Quero a continuaçããããooooo!!!!!
Eu fico do lado do ruivo u.u Kkkkkkkkk tá muito engraçado esse capítulo.
ResponderExcluirGostei bastante do ponto de vista da Hermione.
ResponderExcluirFicou bem interessante.