sábado, 26 de março de 2011

Desprezo - Capítulo 3 - Eu jamais poderia ser seu amigo


AVISO AOS NAVEGANTES:
Aqui está sendo postada uma fanfic de Harry Potter, com ship Draco/Harry.
Não gosta? Não leia.
Gosta? Seja bem vindo e, por favor, comente!
Sim, essa é a mesma fic que estava sendo postada no fanfiction.net.
Saí de lá, pois o site não me deixava adicionar novos capítulos nem escrever uma nova história, mesmo depois de fazer outro profile e enviar inúmeros emails pedindo ajuda ao suporte. Espero ver todos os meus leitores do outro site, aqui!
Sejam todos muito bem vindos!
A quem ainda não leu, os capítulos se encontram organizados no Arquivo, por número e nome. Estejam à vontade para dar opiniões.
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Aqui está o terceiro capítulo, como postado na fanfiction.net.
Espero que gostem e comentem. Vou ficar muito feliz de ver aqui os leitores da fic no site. Sem suas opiniões não tenho como saber se estão gostando ou não, se devo continuar ou não! Beijos a todos.

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- Capítulo 3 -
Eu jamais poderia ser seu amigo
  
“A força que tiramos do rancor e da irritação é apenas fraqueza.”
Autor: Swetchine , Madame

Draco Malfoy estava afundado em trabalho. Já haviam se passado três semanas desde o matrimonio, o qual ele jurara e conseguira esquecer completamente ao entrar de cabeça em todo o trabalho que as empresas demandavam. A que estava agora sob sua responsabilidade era a empresa de segurança. Era um grande e branco prédio na Londres trouxa, em sua maior parte constituído de mármore, mas em nada mais a decoração lembrava luxo exacerbado. Todo o resto eram vasos delicados, grandes mesas de madeira escura, tapetes de ricos bordados em tons discretos... E os funcionários não destoavam do ambiente. Todos se vestiam à maneira trouxa, já que recentemente a empresa Malfoy tinha realizado um acordo com o Ministério. Um acordo que Lucius Malfoy jamais teria feito e do qual Draco não se orgulhava, mas que sabia ser inevitável.
Para sobreviver no novo mundo bruxo pós guerra, as empresas Malfoy tinham que se adaptar ou sucumbir. Draco sabia disso. E qual forma melhor de enviar a mensagem correta do que um acordo como aquele? Por demanda do Ministério da Magia junto ao Ministério Trouxa, a empresa Malfoy de segurança passaria a investir em novos protótipos que pudessem resultar em dispositivos de segurança para trouxas. Tais dispositivos seriam vendidos como alarmes comuns, mas tinham o objetivo de captar em casas trouxas a presença de objetos mágicos que poderiam causar problemas, ou mesmo de armadilhas ou maldições lançadas por bruxos descontentes com o rumo que as coisas tinham tomado. E esses eram muitos. Pois o lorde das trevas tinha sido derrotado, mas seu exército se dispersara e nem todos foram encontrados para se exercer justiça.
Produzindo segurança para trouxas. Podia ser pior que isso? Mas por mais inusitado e fatigante - principalmente no que concernia a convencer seu pai – que tivesse sido, a estratégia já estava funcionando. A comunidade bruxa, cujos pontos de vista tinham começado a se alterar em seus alicerces, olhava as empresas com melhores opiniões e as vendas e acordos tinham crescido enormemente naquele último ano. Draco sabia que nada menos do que sucesso perfeito convenceria Lucius, e era por isso também que era tão importante que ele lidasse com cada detalhe e pormenor pessoalmente, para garantir que a empresa continuasse crescendo cada vez mais. Só assim seu pai lhe depositaria a confiança de que precisava para comandar os negócios da família futuramente.
Era por isso que o loiro se encontrava agora sentado em seu escritório, com um caro terno azul escuro de gravata vinho e camisa de linho creme, os dedos da mão esquerda afundados nos cabelos louros apoiando a cabeça enquanto ele lia com ar cansado o documento a sua frente, pena em mão, pronto para assinar, caso concordasse. Já era fim de tarde, mas ele não esperava poder voltar pra casa tão cedo. Nem o desejava. Voltar lhe daria nada para fazer e muito em que pensar. E isso ele vinha evitando a todo custo. Assim como vinha evitando ler a coluna social do Profeta... Ou ter qualquer conversa que não fosse estritamente de negócios.
Um leve barulho lhe chamou a atenção junto à porta. Ele ergueu a cabeça dando um breve olhar para a silhueta que aguardava em sua porta. No movimento os dedos automaticamente deixaram os cabelos ajeitados e ele endireitou a postura, voltando, no entanto, a baixar o rosto para o documento. Tinha reconhecido superficialmente o distintivo do Ministério. Era o que bastava.
"Seja lá o que for deixe na minha mesa, eu lerei mais tarde e tomarei as providências necessárias e se for preciso, entrarei em contato." ele falou com a voz firme e objetiva. Não tinha tempo para formalidades de tratamento.
Porém o homem não foi embora. Ele ficou. Draco o ouviu se aproximar e se segurou para não demonstrar seu desagrado, mantendo o rosto impassível. Por que ele não tinha partido? Quando afinal percebeu que não seria capaz de ignorá-lo sem ser rude, ele ergueu os olhos fitando o homem de verdade pela primeira vez desde que ele chegara. Seu rosto sempre alvo ganhou um novo grau de palidez, no entanto isso foi tudo que demonstrou. Por dentro ele desejou intensamente que aquilo fosse apenas mais um de seus delírios.
"Potter." sua intenção era que fosse um cumprimento, mas saiu mais como um insulto.
Naqueles quatro anos em que pouco se viram, ele tinha se esquecido de como sua voz podia pronunciar aquele nome de um jeito tão impessoal e cheio de descaso. Tinha treinado bastante pra isso. Ele se endireitou na cadeira e fez um gesto para que o outro se sentasse na poltrona a sua frente. Draco pensou ter visto a sombra de um sorriso no rosto do griffinório, mas não pôde afirmar. Logo o moreno tinha se sentado a sua frente e eles ficaram se encarando por quase todo um minuto, em silencio, até finalmente Harry mover os lábios de um lado para o outro, claramente incomodado, e resolvendo ceder - o que deu ao sonserino estranho prazer - e estendendo o documento que trazia.
"Eu trouxe isso pra você." Ele murmurou.
"É, eu tinha entendido isso."
Malfoy finalmente se moveu, pegando o documento que o outro lhe estendia e começando analisá-lo.
"É sobre o dispositivo antipolissuco,." o moreno comentou, num tom incomodado, perceptivelmente ele não estava mais a vontade do que Draco com a situação. A diferença era que ele o demonstrava claramente, o segundo não.
"É o que parece. Meu novo criador vai ficar satisfeito. Eu o contratei há um mês e é o primeiro projeto dele. E acho que você não tem dificuldades de saber de quem ele teve a idéia... Não foram muitos que tiveram a cara-de-pau de invadir o Ministério com uma simples poção polissuco." ele respondeu, com ar de descaso, porém tendo um sorriso divertido por dentro, ainda olhando o pergaminho, virando algumas páginas.
Ele esperou que o outro fosse levantar para ir embora, contudo o outro não se moveu. Cansado do jogo, Draco ergueu os olhos, arqueando a sobrancelha como se lhe indagasse o que ele estava fazendo. Harry sustentou seu olhar até que por fim sorriu, o mesmo sorriso de antes, só que dessa vez o sonserino teve certeza de vê-lo antes que desaparecesse.
"Você não vai mesmo me perguntar como foi minha lua-de-mel?"
Foi a vez do sonserino rir, soltando o ar num riso incrédulo e debochado, curto. Que diabos significava aquilo? Potter estava ali pra escarnecer dele?
"Pode ser novidade pra você, Potter, mas a guerra já acabou à quatro anos, está na hora de você entender que o mundo não gira ao seu redor. E a sua lua-de-mel só diz respeito a você e sua esposa."
O loiro retrucou, fazendo questão de não deixar escapar o desprezo que sentia ao dizer a palavra "esposa". Por que ele deveria esperar que Potter entendesse alguma coisa de boas maneiras e do jogo de etiqueta do mundo da alta sociedade? Eram coisas sutis demais para que ele compreendesse, e isso já ficava óbvio apenas pela roupa trouxa surrada e desleixada que ele usava, muito diferente de Draco, com o pequeno broche do Ministério atado à camiseta vermelha gola pólo amassada e as calças jeans claras igualmente surradas. Ele não pôde deixar de notar, todavia, o quanto o tom de vermelho contrastava com o verde dos olhos e o negro dos cabelos, mas procurou não dar atenção a si mesmo. Ele já tinha aprendido que seus neurônios ficavam imprestáveis quando se tratava do tão aclamado herói do mundo bruxo. Não que Draco o visse assim. Era grato pela segurança de seus pais e dele mesmo, e era tudo. Eles se encararam de novo enquanto o loiro pensava e concluía que não fazia idéia do que o outro estava fazendo ali.
"Foi ótima a propósito." Draco sustentou-lhe o olhar com incompreensão impaciente. "A lua-de-mel. Eu voltei há dois dias..."
"E agora virou office-boy. Bastante típico."
Harry revirou os olhos e por um segundo, Draco pensou ter visto aquele garoto de dez anos atrás. Ele era uma criança, não cresceria nunca? Um auror que não tinha a mínima dignidade. Verdade que auror e dignidade não eram coisas muito compatíveis. Uma criança intrometida e estúpida que não fazia idéia do quanto o torturava por estar ali parado em seu escritório quando tudo que o loiro queria era voltar ao trabalho e ao esquecimento.
"É uma questão de segurança nacional, portanto acho que pode ser 'adequado', como você adora dizer, para um auror transmitir as informações... E além do mais..." ele sorriu "eu estava de saída e o sr Weasley me pediu um favor."
Uma criança metida e irritante. Com um cheiro infernalmente bom de perfume masculino. E um modo horrivelmente gostoso de curvar os lábios grossos naquele sorriso de divertimento que o deixava com vontade de voar por cima da mesa.
"Ah, claro. Velhos hábitos não morrem nunca."
"Você saiu cedo do casamento". Harry cortou, o surpreendendo com a mudança brusca de assunto.
Draco o fitou por um instante, as mãos cruzadas firmemente sobre a mesa para impedir que fizessem metade das coisas que desejariam estar fazendo agora. Uma delas era socar aquela face morena com toda a força que tinha. Mas o olhar de Harry não era debochado, era curioso e um pouco... Chateado.
"Eu não era exatamente bem-vindo." retrucou.
"Eu não esperava que fosse."
"Eu não esperava ser convidado." Rebateu impassível, fitando o outro. Harry parecia ter acabado com todo o assunto que tinha reunido para o momento. Draco soltou o ar em silencio e levou uma das mãos à testa, massageando-a ao sentir a enxaqueca que estava chegando. "O que você realmente está fazendo aqui, Potter?" indagou por fim, exausto.
"É só que..." o tom hesitante e cauteloso do outro o fez erguer um pouco os olhos, intrigado, mas ele não viu isso, pois tinha agora a cabeça morena baixa, e mexia infantilmente no bolso da calça, rodando o botão. "Eu pensei. Depois da guerra e tudo que aconteceu... Eu pensei... Que poderíamos talvez até... Ser amigos."
À última frase seu olhar subiu de encontro ao outro e Draco estacou. Por um instante havia tanta dor, raiva, ressentimento, humilhação, rancor em seus olhos que Harry endireitou o corpo como se recuasse, fitando-o com uma expressão surpresa. Então no mesmo segundo tudo se foi e sua face ficou mais fria do que jamais fora quando ele respondeu.
"Essa foi a idéia mais estúpida que você já teve, Potter. Eu jamais poderia ser seu amigo."
Jamais poderia ser amigo dele. Pois um amigo não avisa ao outro dos perigos? Harry nunca lhe acreditaria. Um amigo não incentiva o outro a buscar novos relacionamentos? Draco não poderia. Um amigo não se imagina atirando o outro em cima da mesa e lhe arrancando aquele ar de riso de antes com um beijo selvagem e rasgando aquelas roupas estúpidas que marcavam aquele corpo malditamente vindo do inferno para atormentá-lo.
Harry o fitou de volta, até soltar o ar e sorrir de maneira amarga, se levantando em seguida.
"Foi o que pensei."
Foi tudo que ele disse antes de finalmente deixar o escritório.
Quando a porta bateu, Draco respirava com dificuldade e grunhindo de raiva atirou o copo sobre sua mesa contra a porta como se quisesse atravessá-la e atingir aquele idiota antes que ele saísse.
"Inferno!"
Exclamou. Por que, por que o griffinório insistia em fazer aquele tipo de coisa? Por que ele não podia deixar Draco em paz pra viver a vida hipócrita, cruel e de concorrência desleal de um jovem bruxo executivo? Era tudo que ele pedia! Mas não. Aquele estúpido auror achava que ele ainda precisava de mais tormento em sua vida além de ter de reconstruir a reputação de toda sua família.
Suspirando ele esfregou a testa outra vez e se levantou pra pegar outro copo de uísque de fogo. Bebeu um grande gole, e largou o copo pela metade indo se sentar na poltrona outra vez, fitando sem ver o documento que o outro lhe trouxera. Não sabia o que sentia por ele. Não o amava. Óbvio que não, isso seria abaixo de ridículo, seria patético. A grande verdade era que ele quisera a amizade de Potter, fora recusado e alguns anos depois descobriu que na verdade o que realmente queria era transar com ele. Ele o desejava. Verdade que isso era degradante e humilhante por si só. Ele tinha coisas melhores para desejar. Mas por algum distúrbio incompreensível de seu ódio torturado, ele desejava o objeto de seu rancor. Talvez ele só quisesse uma vez ver a cara de Potter quando ele o fizesse descer do seu pedestal de mundo perfeito e cheio de sol, do qual ele considerava Draco indigno de fazer parte, e o visse implorar pelo loiro. Fosse qual fosse seu sério distúrbio psicológico a esse respeito, ele conseguiu tranqüilizar a si mesmo uma vez que o contatou. Ele o desejava. E ponto.
...
Horas mais tarde em sua casa, porém, Draco não pôde impedir que uma tímida e suave voz lhe sussurrasse ao ouvido.
"Mas... se era mesmo só isso. Por que é que doía tanto?"

3 comentários:

  1. Hey, podias-me esclarecer quanto a duas palavras cujo significado não entendi please? Nem que seja uma tradução para inglês...seriam "trouxa" e "sonserino"...
    Thanks! :D

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    1. Claro, ^^ obrigada desde já por todos os seus comments, só estou de férias agora por isso a demora a postar rs, pretendo terminar o cap hoje!

      trouxa = muggle

      não faz sentido nenhum mas foi a tradução que a tradutora brasileria escolheu na época

      sonserino = slytherin

      também não faz sentido mas... xD teve nomes que ela traduziu e alguns que não traduziu, simples assim.

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  2. obrigada, assim faz muito mais sentido, sendo que os livros em português t~em as palavras em inglês...
    De nada :D, e ainda bem porque eu estou ansiosa por ler mais ;)

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