AVISO AOS NAVEGANTES:
Aqui está sendo postada uma fanfic de Harry Potter, com ship Draco/Harry.
Não gosta? Não leia.
Gosta? Seja bem vindo e, por favor, comente!
Sim, essa é a mesma fic que estava sendo postada no fanfiction.net.
Saí de lá, pois o site não me deixava adicionar novos capítulos nem escrever uma nova história, mesmo depois de fazer outro profile e enviar inúmeros emails pedindo ajuda ao suporte. Espero ver todos os meus leitores do outro site, aqui!
Sejam todos muito bem vindos!
A quem ainda não leu, os capítulos se encontram organizados no Arquivo, por número e nome. Estejam à vontade para dar opiniões.
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Capítulo Sete! Fic atualizada, afinal! Quem diria? Preparei esse capítulo nessa semana e finalmente pude postá-lo. É um dos menores da história, eu sei, mas é um capítulo de transição, não poderia ser longo. Foi escolha minha não continuar com o próximo dia da história nesse capítulo. Pensei que ficaria muito longo visto que essa parte já teve 4 páginas e mais um pouco. Espero que gostem, e como sempre aguardo os comentários! Notas e dúvidas no final. Mais perguntas, façam. Se tudo der certo, domingo que vem estarei de volta. Até logo, queridos!
- Capítulo 7 -
Entre lembranças e o inferno
Citação do capítulo:
“Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras.”
- Fonte: "À Procura do Tempo Perdido” -
- Autor: Proust , Marcel -
Precisava ir até lá¹. Sim, sentia sua falta. Por mais que odiasse admitir, o padrinho lhe fazia grande falta. A ele poderia ter contado tudo quanto sentia, ele entenderia. Ele saberia o que fazer. Tiraria uma poção do bolso e pronto, estaria curado. Mas ele não estava ali, e Draco se sentia ainda mais só do que quando podia contar com sua, apesar de inoportuna e insistente, constante presença.
Não trouxe flores. Afinal de que tipo poderiam ser? Ele odiava a todas. Enfiou as mãos enluvadas em couro negro de dragão no casaco de mesma cor, do qual por baixo se via apenas a echarpe de seda branca preenchendo a gola alta e um pedaço do tecido verde profundo do colete, a echarpe apenas um tom mais clara que os cabelos do jovem. Os olhos prateados vagaram enquanto caminhava procurando a viela certa então estacou. Já havia alguém lá.
Será que era o certo? Talvez a pessoa, fosse quem fosse, estivesse no túmulo vizinho. Torceu os lábios com desgosto. Não iria fazer cena na frente de ninguém. Não que ele pretendesse fazer uma cena de qualquer forma. Soltou o ar e decidiu ir até lá verificar. Contudo quanto mais se aproximava mais se arrependia, pois pouco a pouco a forma indistinta foi se condensando num casaco chocolate de couro, um suéter vermelho que cobria ostensivamente o corpo desenvolvido por exercícios e uma cabeça repleta de cabelos negros bagunçados como só uma pessoa poderia ter.
Inferno.
Começou a recuar, mas antes que desse um passo, grandes olhos verdes encontraram os seus. Merlin! Como sua pele ardia e doía com aquela proximidade imprevista. Cada célula gritava para ter seu desejo obedecido. Não depois. Não tendo que esperar por todos os jogos. Agora. Agora que ele parecia tão... magnético. O moreno tinha tirado os óculos e era possível ver nos orbes de esmeralda, que se mostravam tão brilhantes sem a lente, a comoção pela qual passara. Virou-se para ir embora. Não estava pronto. Não ainda. Não tinha sequer um plano. De todos os lugares de Londres, definitivamente não esperava encontrá-lo ali.
“Draco...”
Draco... Há quanto tempo não o chamava assim? Não precisava se perguntar. Ele sabia muito bem. Há cinco anos. Parou. Pela primeira vez em sua vida faltavam-lhe as palavras. Não confiava em sua voz. O que a maldita sangue-ruim havia dito ainda queimava em sua mente. ‘Pensei que depois daquelas duas semanas (...) as coisas poderiam ser diferentes.’ E por que diabos ela pensaria isso quando Potter...?
“Não vá, eu já estava de saída. Sei que não tenho o direito de estar aqui. Eu só...”
“Tem tanto direito quanto qualquer um. Você não me deve explicações, Potter.”
Não saiu tão cheio de rancor quanto ele esperava. Enervou-se e finalmente voltou a olhá-lo. Junto de seus joelhos, no chão, havia um grande buquê de lírios brancos. De alguma forma pareciam corretos ao pé do epitáfio negro com o símbolo de slytherin esculpido. O outro voltara a pôr os óculos cujas lentes grossas não conseguiam deixar opacos os olhos por trás delas. Pressionara a ponte do nariz e se erguera.
Encararam-se por longos segundos até que o louro proferiu, sem pensar:
“Pensei que você saísse para correr nas quintas.” E diante do olhar questionador, deu de ombros com descaso. “Eu leio o Profeta.”
“Ah...” o rosto do moreno corou subitamente e era fácil ver o quanto as constantes matérias sobre sua vida o incomodavam. O jovem sonserino se indagou como, por todos os deuses, Potter tinha sobrevivido em meio aos inimigos. Sempre tão fácil de se ler e no entanto...
“Eu ia, mas preferi vir aqui. Eu só queria pensar um pouco nas coisas...” então de repente um suave sorriso lhe curvou os lábios. Um sorriso que em duas fatídicas semanas, Draco aprendera a associar a um Harry subitamente satisfeito ao pegar o loiro num tropeço. E a constatação veio de um jeito tão familiar que doeu. “Pensei que eu não lhe devesse explicações.”
“Pensei que seu cérebro também funcionasse fora do cemitério.” Rebateu o loiro sem qualquer alteração exterior. “Mas pelo visto estava enganado, você só consegue pensar entre os mortos.”
O griffinório rolou os olhos, todavia Draco não sorriu. Ele sabia. Sabia que aquele era o momento certo para seu primeiro passo. Era uma fera observando sua presa, encurralando-a pouco a pouco, naquele instante ainda antes da caçada. Qualquer movimento mal-pensado poderia não ter volta. O outro iria embora a qualquer momento agora. Só um pouco mais. Viu-o dar o primeiro passo e passar por ele. Cinco segundos. Um, dois, três, quatro... Agora.
“Potter.”
Ouviu-o parar e só então virou o rosto alvo encontrando o olhar intrigado do outro que parara no meio do caminho.
“Já que não foi hoje, gostaria de ir amanhã?”
“...”
“Correr.”
Que olhar mais aparvalhado. Que expressão mais clara. Queria rir. Mas nem a sombra de um sorriso deixou passar.
“Com... Você?”
O sonserino revirou os olhos com uma expressão irritada, quando gargalhava por dentro. Merlin. Por que diabos, se devia sentir aquele desejo por um homem, tinha de ser por um tão patético?
“Não, Potter. Com o cadáver do meu padrinho.” E antes que o outro pudesse se recuperar, ignorando-lhe a careta por sua piada de humor negro, completou. “Te encontro amanhã na entrada do Parque dos Carvalhos às cinco e meia.” A única resposta que recebeu foi um olhar confuso e lábioos entreabertos, e decidiu tomar isso como um assentimento. “Não se atrase.”
E sem esperar resposta, virou-se e caminhou para o túmulo do padrinho, sentindo algo rugir satisfeito em seu peito. Tinha começado.
...
O loiro se aproximou da pedra fria ouvindo o outro afastar-se, aparentemente aturdido demais para conseguir encontrar uma resposta. Melhor assim.
Deixando cair a máscara, a face contraiu-se com raiva e ele soltou o ar pesadamente.
“Você saberia o que fazer, não é?”
Não se ajoelhou junto ao túmulo apenas ficou ali em pé, as mãos nos bolsos, os cabelos louros cobrindo parcialmente as feições franzidas. Respirou fundo, pressionando a testa contra os dedos com ar cansado.
“Tudo o que eu quero é que se acabe. Eu sei o quanto deve estar rindo agora, é mesmo ridículo... Às vezes eu o odeio tanto que queria que nunca tivesse sobrevivido para assombrar a minha vida.”
Balançou a cabeça para si mesmo. Desde quando ficara tão piegas? E a lembrança que estivera tentando evitar esgueirou-se naquele instante dos recantos escuros de sua mente e o atingiu como um golpe.
‘Dedos suaves percorriam-lhe os cabelos de forma tão gostosa que ele sequer queria ou podia abrir os olhos. O toque o distraía da dor, dor que queria estremecê-lo a cada respiração que vinha mais profunda, embora isso não fosse admitir e nenhum tremor escapasse à sua retenção. Sabia que o outro pensava que ele dormia e deixou que o achasse assim por longos minutos até que finalmente resmungou, contra a vontade:
“Você é mesmo ridículo, Potter. Se for cuidar de cada comensal que você atingir, como pretende ganhar essa guerra?” Os toques cessaram e o louro se arrependeu de ter falado, porém sorriu com sarcasmo ao afinal abrir os olhos, mostrando-se acordado. “Consciência culpada dói tanto assim, Potter?” indagou com deboche.
O moreno se encontrava sentado na cama ao seu lado, as pernas recolhidas que ele agora abraçava, o queixo sobre os joelhos, balançou a cabeça para o sonserino.
“Você é mesmo um retardado, Malfoy. Não é por isso que eu estou aqui.”
Um sorriso divertido torceu os lábios de Draco enquanto se ajeitava na cama, tornando a cerrar os olhos e engolindo o gemido de dor. Ah, ele podia contar cada laceração² em seu peito sem precisar vê-las, sentia-as latejarem, cada uma delas, ao menor movimento ou arfar mais profundo.
Desejou poder fingir que dormia outra vez e quem sabe voltar a ter os dedos longos brincando com seus cabelos. Sabia que o griffinório jamais faria isso o sabendo acordado. Era de fato um gesto estranho, mas Malfoy não se importava desde que o fazia sentir tão bem.
“E por que é, então?” indagou por fim com uma expressão relaxada no colchão, olhos cerrados. Draco sentiu um toque hesitante em suas mechas, seguido de um afastar rápido e quis sorrir, porém segurou-se.
“É por que você é um turrão, egoísta, idiota, metido, teimoso e narcisista que está precisando de um... Amigo.”
A princípio o loiro quis rir, porém a forma como a frase terminou cravou-lhe garras na garganta e o jovem franziu as sobrancelhas em tal expressão que o outro, julgando-o com dor, aproximou-se rapidamente para auxiliá-lo a ajeitar-se no colchão.
“Dói muito?”
Ouviu-o indagar num sussurro hesitante.
Você não sabe o quanto.
“Não.”
Respondeu com ar indiferente.’
Escapou ao redemoinho de lembranças para se encontrar gelado e corado de frio, os dedos agarrados à echarpe, a respiração pesada, os olhos fitando sem ver a lápide negra. Sentiu raiva. Raiva de si mesmo. Raiva dele, raiva do mundo. Por que é que ele tinha que ser tão ridículo? Ah, seu padrinho teria razão em rir dele. Exasperado, deixou o turbilhão escapar numa exclamação irritada enquanto chutava os lírios brancos para longe.
“ARGH!” respirou fundo tentando recuperar o ar enquanto reprimia a lembrança dos orbes verdes emocionados junto ao túmulo. “Vai pro inferno, Potter!”
Vai pro inferno que é o seu lugar.
Deu as costas para a cena da devastação que havia causado, andando a passos firmes para o carro. No dia seguinte. No dia seguinte iria começar seu plano. Iria lhe reconquistar a confiança, teria o que precisava e então nunca mais, nunca mais o demônio moreno teria tal poder sobre ele.
Nunca mais.
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Notas:
1 – Cemitério bruxo em Londres. Pensei que Draco teria exigido que o padrinho fosse enterrado na cidade, de forma que pudesse visitar seu túmulo quando quisesse, mesmo que ele não dissesse com essas palavras.
2 – Para quem não se lembra, o sectumsempra que Harry usa em Draco, causa vários cortes profundos por todo o seu peito e Snape faz com que eles fechem, mas não creio que ferimentos causados por magia negra possam ser cessados tão facilmente. Como não é dito muito sobre a recuperação dele, assumi que a dor o acompanhou ainda por bons dias antes que se recuperasse totalmente, mesmo sem os cortes abertos.
Até semana que vem!
Eu gosto mais do Draco. Ele sempre é... orgulhoso e no fundo quer todoc arinho dos enhor Potter rs.
ResponderExcluirBeijo pra ti.
“Não, Potter. Com o cadáver do meu padrinho.”
ResponderExcluir(RINDO DESESPERADAMENTE ALTO ATÉ TREMER AS PAREDES DA CASA)
AAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH sim claro! Eu vim mesmo chamar Snape pra fazer uns exercícios, esticar as pernas fora do caixão, dançar um Thriller, quem sabe...
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Então, que viadagem ficar fazendo cafuné no outro, e ainda diz que quer ser amigo... Se o Draco estivesse mesmo dormindo, capaz de acordar sem as calças no dia seguinte.
Esse rapaz fala demais do Inferno.
ResponderExcluirFinalmente Draco começou a agir. Mesmo se matando de dor em pensamentos. rs
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